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Coligação apresenta números errados e revela incapacidade técnica

Coligação apresenta números errados e revela incapacidade técnica

A coligação PSD/CDS insiste em avançar com uma “profusão de números sem qualquer ligação à realidade”, revelando “desonestidade” na análise que faz às propostas do Partido Socialista, escreve Mário Centeno num artigo de opinião no Diário Económico.

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Governo faz exercício de cosmética

Demonstrando uma enorme “incapacidade técnica” para analisar de forma séria as propostas do PS, designadamente em relação à Segurança Social, “alterando-lhes o âmbito” e, consequentemente, o impacto, Mário Centeno acusa PSD e CDS de demonstrarem “incapacidade técnica”, ao não perceberem os “mecanismos de propagação económica das medidas”.

Dão assim, diz o economista e coordenador do programa macroeconómico do PS, “uma triste imagem da suposta legitimidade técnica com que atuam na política portuguesa”, lembrando aos prosélitos da coligação PAF que os documentos “Uma década para Portugal” e “Uma década para a Segurança Social”, apresentados pelo Partido Socialista, explicam de “forma cabal todas as medidas”. 

Lembra a este propósito que as medidas do programa do PS “com impacto direto na Segurança Social” apontam para o congelamento das pensões, “em oposição” ao corte de 600 milhões de euros prometidos a Bruxelas pela coligação do PSD/CDS no seu Programa de Estabilidade, para a reposição dos mínimos sociais, designadamente do Rendimento Social de Inserção, do Abono de Família e do Complemento Solidário para Idosos e para a diversificação das fontes de financiamento da Segurança Social.

Quando a coligação de direita refere que as propostas do PS vão causar perdas na receita da Segurança Social, podendo atingir, como acusam, os 14 mil milhões de euros, Mário Centeno não tem dúvida de que as críticas e os números avançados pela direita resultam da pura incompetência técnica ou “estão todos errados”.

Porque erra a coligação?

Para o economista e candidato nas listas eleitorais do PS, a razão por que a direita insiste numa análise errada às propostas socialistas tem a ver com o facto de a coligação e os seus agentes “incluírem nas medidas trabalhadores não abrangidos” e de fazerem as contas com o salário total, apresentando números que “não são os das medidas propostas pelo PS”.

Raciocínio que para Mário Centeno demonstra ou “falta de seriedade” ou “incapacidade técnica”, sustentando que “se pedia mais a ministros de Portugal”.

Outros dos mitos que aponta às críticas da coligação dizem respeito ao impacto económico das medidas socialistas, quando insiste em não entender porque é que o desemprego aumentou em Portugal, e quais as consequências da austeridade, do corte das pensões ou do aumento de impostos, insistindo em não perceber o “impacto positivo que a redução da carga fiscal tem sobre o emprego e a produção”.

Mário Centeno lamenta que o grupo técnico da coligação “nunca tenha sido identificado”, justificando ser esta a razão por que ninguém aparece publicamente a “responder pelas contas ou pela ausência delas”, lembrando que a coligação de direita inclui na análise da Segurança Social o Complemento Salarial Anual, facto que “revela uma falta de rigor incompreensível para quem pretende assumir relevância pública, sustentada em conhecimentos técnicos”, recordando que o crédito fiscal é isso mesmo, “uma medida com impacto no IRS e não nas contas da Segurança Social”.