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Vento de mudança com ameaça de tempestade

Vento de mudança com ameaça de tempestade

A Europa foi varrida por um vento de mudança. E não foi só por haver novos partidos e novos líderes na Grécia, que têm ideias diferentes e rompem com o <em>statu quo</em>. É porque os europeus e muitos partidos europeus e muitos líderes partidários europeus acordaram para o facto de a política se poder fazer de muitas maneiras diferentes e com base em matrizes diversas. Até se começa a falar da Europa, em vez dos termos “Alemanha” e “Merkel” que apareciam em todas as comunicações das decisões dos países e dos governos.

Opinião de:

Vento de mudança com ameaça de tempestade

Os partidos que estão nos governos, mas sobretudo os que poderão muito brevemente assumir o poder, têm que pensar nas pessoas e começar a escrever as suas agendas com criatividade, com uma nova atitude em relação à Europa, com soluções novas, com algumas experiências, pois em política para sobreviver é preciso inovar, ser criativo e não se deixar ficar pelo já visto, já feito, já experimentado, já ditado pelos países mais poderosos dentro deste universo.

As relações entre países, de um mesmo bloco, têm de se basear na democracia e no respeito pelas diferenças. Faz-se de diplomacia, de avanços e recuos e não de uma incondicional subalternidade aos mais fortes. Há que dar oportunidades aos países mais pequenos, mais pobres ou mais diferentes para que se construam, se desenvolvam, segundo um padrão próprio, exequível e sem estarem manietados por regras algumas vezes inconsequentes, emanadas de burocratas de organizações internacionais.

O PS, com novas ideias, um novo líder, uma nova organização, nova gente, tem agora uma oportunidade para projetar para o futuro um novo Portugal, que faça ouvir a sua voz, como par e não numa submissão absurda e causadora de pobreza, de menoridade política e de infelicidade. Portugal tem que se fazer ouvir na Europa com uma nova lógica, uma nova voz, que vá para além das circunstâncias geográficas (os do Sul). Portugal, um país “quase ilha”, por estar descentrado, talvez mal estacionado, não pode deixar de entrar, em total igualdade de direitos, nos processos, nas estratégias e nas decisões do futuro da Europa que é também o seu futuro. O mundo mudou, a Europa tem que mudar. É melhor que mude por ações concretas e sustentadas, em prol do desenvolvimento, do que se deixe estrangular pela austeridade desmesurada que só pode levar a uma (ainda) maior degradação social e implosão de movimentos destruidores. A Europa tem de mudar pela aplicação de novas receitas, para problemas antigos, através de um diálogo renovado e de conceitos refrescados. É preciso consolidar as esperanças integradoras dos povos, com um sentido de urgência, para as pessoas compreenderem e participarem num modelo de vida melhor.