30 anos de integração europeia
Uma adesão que teve como principal obreiro Mário Soares, que na sua qualidade de primeiro-ministro assinou a 12 de junho de 1985, nos claustros do Mosteiro dos Jerónimos, o Tratado de adesão de Portugal à então CEE.
Três décadas passadas desde a assinatura do Tratado de adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, o balanço é claramente positivo em modernização e desenvolvimento do país, mas apresentando ainda diversos desafios sociais, económicos e políticos na sua construção, nomeadamente nos últimos anos.
O país continua empenhado em participar deste grande projeto político, económico e social, sempre acompanhado pelo Partido Socialista, pioneiro e sempre presente nos momentos decisivos deste processo em permanente evolução.
Recorde-se que, com a perda do mercado colonial, o país mantinha uma grande dependência externa e foi nesse contexto que Portugal se aproximou do mercado europeu, pelas mãos de Mário Soares, naquele que foi o terceiro alargamento da comunidade europeia, atual União Europeia.
Depois de oito anos de negociações duras e longas maratonas negociais, Portugal via finalmente a sua integração europeia concretizada.
Há 30 anos, nos claustros do Mosteiro dos Jerónimos, o então primeiro-ministro, Mário Soares, falava das oportunidades que a adesão do país à CEE representava em termos de progresso e modernidade, alertando, porém, que não podia confiar-se em que aquela fosse “uma opção de facilidade”.
“A palavra será agora conferida às jovens gerações”, apontava o então também secretário-geral do PS, para quem os jovens teriam de “mobilizar-se para a grande tarefa nacional do desenvolvimento e da modernização”.
Há dez anos, no mesmo lugar, Mário Soares falava com orgulho do “salto espetacular” que permitiu que Portugal recuperasse o seu prestígio na cena internacional e de um atraso de duas décadas, ao mesmo tempo que consolidou a sua democracia.
No entanto, Soares alertou já na altura para os perigos da globalização e de um mundo cada vez mais desregulado, desigual e inseguro.
“A maioria dos responsáveis europeus ainda não quis compreender que há hoje uma ativa cidadania europeia que não aceita mais jogos obsoletos dos grandes interesses e manobras da real politique, ignorando as aspirações populares, alertou.