3 anos de AS Digital: “Vivacidade, dinamismo e abertura”
São muitas as exigências com que se defronta o jornal de um grande partido de governo como o PS.
Primeiro, há que ter em conta os vários círculos pessoais da atração partidária: militantes ativos, filiados sem atividade, simpatizantes, eleitores. Os temas e a linguagem, e o próprio círculo de colaboradores, não podem limitar-se à “capela” dos primeiros, sob pena de afunilamento da comunicação.
Em segundo lugar, os grandes partidos de vocação governativa são necessariamente plurais, com sensibilidades e tendências diversas – traduzidas desde logo na competição eleitoral interna -, a que importa dar expressão apropriada.
Em terceiro lugar, no “sistema político em vários níveis” em que estamos integrados – poder local, regiões autónomas, poder político nacional, União Europeia -, há que dar nota da ação partidária em todos eles. Neste aspeto, cumpre registar a atenção conferida à atividade do Parlamento Europeu, em geral desconsiderada na imprensa generalista.
Por último, não há como descartar a abordagem dos desafios que enfrenta a social-democracia na atualidade, não se podendo ignorar a preocupante crise que ela atravessa na Europa e no mundo. Urge debater as vias para a renovação da social-democracia, num meio ambiente político caracterizado pela emergência do populismo político e doutrinário. Nem o facto de o PS ser uma das poucas exceções bem-sucedidas na Europa, pode levar a desvalorizar esse tema, desde logo na perspetiva das eleições europeias do próximo ano.
Resta-me desejar que o AS continue a ser, como até aqui, militante sem ser politicamente sectário, empenhado sem doutrinariamente dogmático e combativo sem ser ideologicamente arrogante.