home

20 ME para investigação clínica

20 ME para investigação clínica

Nos próximos cinco anos serão investidos cerca de 20 milhões de euros em investigação clínica. A notícia foi avançada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, no Porto.

Notícia publicada por:

Plano Tecnológico 4.0

Ao falar na primeira edição da Gago Conference, evento que reuniu, na cidade Invicta, investigadores e decisores para debater políticas de saúde na área do cancro, Manuel Heitor explicou que a intenção do Executivo liderado por António Costa passa por criar em Portugal, como têm surgido noutros pontos da Europa, uma “agência de financiamento” que reúna esforços público e privado, “partilhados igualmente”.

“Estamos aqui a antecipar, com um conjunto de cientistas, com o comissário europeu e líderes europeus, como é que Portugal pode acompanhar o grande desafio de até 2030 três em cada quatro doentes de cancro tenham perspetivas de vida longa”, sublinhou o governante.

Para Manuel Heitor, “é preciso investir, reunir um esforço público e privado e é isso que tem sido debatido nos últimos seis meses para se criar um mecanismo novo no país de financiar e de avaliar os chamados centros académicos clínicos”.

“Há um ano criámos, com o Ministério da Saúde, com as escolas médicas, com os centros de investigação biomédica e com unidades de cuidados de saúde, o chamado Conselho Nacional dos Centros Académicos Clínicos e, agora, vamos dar mais um passo na formalização desses centros académicos e na orientação para a criação de uma agência que possa avaliar e financiar e, assim, podermos aproximar-nos da Europa”, adiantou o titular da pasta da Ciência.

Explicou depois que a criação da agência, quando existe já a Fundação para a Ciência e Tecnologia, justifica-se pelo facto de esta área clínica ter “mecanismos próprios de avaliação e de financiamento”.

Trata-se, reforçou, de “uma especificidade tão característica da própria atividade de investigação que muitos países, nomeadamente do centro e norte da Europa, já especializaram os mecanismos de financiamento e avaliação na área, criando agências especializadas”.

E reafirmou que o passo que está a ser dado agora vai no sentido de “especializar o nosso sistema de financiamento e avaliação na área clínica”, acrescentando que se pretende uma aproximação da Europa, seguindo as melhores práticas, e que este “é um passo decisivo” para melhorar a relação entre o sistema científico e o Serviço Nacional de Saúde.

Manuel Heitor disse ainda que Portugal vai integrar, através do Porto.Comprehensive Cancer Center – consórcio entre o I3S e o IPO-Porto que agrega 24 grupos de investigação – a mais importante rede europeia de investigação em cancro, o Cancer Core Europe.

Fomentar o envolvimento dos cientistas

Refira-se que a primeira edição da Gago Conference que surge como uma homenagem ao investigador e ex-ministro José Mariano Gago e engloba um ou dois encontros por ano, visando fomentar o envolvimento de cientistas, políticos e empresários na definição de políticas europeias que promovam e reforcem a ciência e a tecnologia.

A escolha do cancro para tema central da primeira edição, referiu o ministro da Ciência, deve-se não só ao facto de esta ser uma doença que afeta “todas as sociedades”, mas também por estarem a ser discutidos os níveis e as formas de investir em investigação, nomeadamente no âmbito do próximo Programa-Quadro Comunitário de Investigação & Inovação.

Esta edição, que integrou representantes de governos, das comunidades médicas, académicas e científicas e de empresas europeias.

Durante o evento foram entregues quatro medalhas, as Gago Awards, a profissionais que se destacaram no desenvolvimento e na divulgação da ciência.