100 DIAS 100 EDIÇÕES
Passaram cinco meses desde o primeiro número. A efeméride justifica mais do que uma nota de rodapé, mas não ainda um balanço. Preferimos, neste momento, que os leitores o façam por nós.
Lembro-me bem de quando, em finais de 2014, apresentei o projeto a António Costa. Um projeto único e de vanguarda na tradição pioneira do PS, com custos reduzidos, mas com algum risco político, argumentei. É uma boa ideia, tem o meu apoio, respondeu-me o meu Secretário-geral. Apoio que nunca me faltou desde então. Nem todos acreditaram como ele nas potencialidades deste novo desafio comunicacional e político.
O que importa sublinhar é que dispomos de liberdade total para fazer opções, elaborar notícias, definir prioridades, convidar articulistas, escolher imagens. Liberdade a rimar com responsabilidade. Estou convicta de que nenhum outro diretor (infelizmente, rareiam as diretoras e não apenas na comunicação social) pode agir com maior autonomia. Parece estranho, tratando-se do jornal oficial de um partido político. Mas não é. Leiam nesta edição os testemunhos de muitos independentes – que escrevem e/ou lêem regularmente o ASD – e facilmente podem concluir que se trata de um caso singular. Porque singular é também o PS.
Nos 100 números do ASD, divulgamos os documentos e as propostas do PS, noticiamos o que de mais importante se passou na vida politica nacional e europeia, demos voz aos cidadãos, criticamos as políticas da direita e a falta de estratégia da coligação que nos (des)governa e que conseguiu, em quatro anos, levar Portugal para trás várias décadas. A taxa de pobreza é idêntica a de há 15 anos. O desemprego está como há 20 anos. O investimento é igual ao de há 30 anos. A emigração atingiu a dimensão de há 50 anos. Os números não mentem. Não são mitos.
Denunciamos quem prometeu – “ não vou aumentar impostos” – e não cumpriu. O atual Primeiro-ministro que acha que andámos “a viver acima das nossas possibilidades”. Que, deliberadamente, quis “ir além da troica”. Que, por razões ideológicas, aumentou as desigualdades sociais, atacou a classe média e sentenciou que “Portugal só sai da crise empobrecendo”. Que chamou “piegas” aos portugueses. Que acha que “estar desempregado pode ser uma oportunidade”.
Uma palavra de agradecimento é devida a todos os que têm ajudado a construir e consolidar o ASD. Aos autores do espaço de opinião diário, muito e muito obrigada. Na diversidade de opiniões, enriqueceram o ASD. Sem eles, o ASD seria, porventura, menos plural. À minha equipa. Sem a sua competência e dedicação, o projeto não teria vingado. E a si, caro leitor, na certeza de que estamos sempre ao seu dispor e de que a sua voz conta. Vamos procurar fazer mais e melhor. É o nosso dever. É a nossa ambição. Vamos continuar a trabalhar com convicção e alegria para ajudarmos a construir e divulgar a alternativa de confiança de que Portugal precisa e os portugueses desejam.