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Governo tomou decisão imponderada de anunciar reforço da capacidade do aeroporto de Lisboa sem qualquer estudo

Governo tomou decisão imponderada de anunciar reforço da capacidade do aeroporto de Lisboa sem qualquer estudo

O Secretário-Geral do PS, Pedro Nuno Santos, denunciou hoje que o executivo de Luís Montenegro fez um anúncio do reforço da capacidade de voos do aeroporto Humberto Delgado sem haver qualquer estudo, acusando o primeiro-ministro de impulsividade e de tomar decisões irrefletidas.

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Começando por saudar o Governo por ter decidido seguir a resolução da Comissão Técnica Independente e anunciar o novo aeroporto em Alcochete, Pedro Nuno Santos disse, no debate quinzenal com a presença do primeiro-ministro, que o executivo anunciou também que vai “reforçar a capacidade do aeroporto Humberto Delgado em número de movimentos por hora”, passando de 38 para 45.

“É hoje o terceiro Governo a decidir fazer o aeroporto em Alcochete”, comentou o Secretário-Geral do PS, recordando que “a decisão de Alcochete decorre de estudos com vários anos”, por isso é compreensível “que a decisão tenha sido tomada em 30 dias” de governação do PSD e do CDS.

Salientado que Luís Montenegro “faz gala de tomar decisões ponderadas e fundamentadas”, o líder do Partido Socialista deixou uma questão, que durante o debate desta tarde nunca teve resposta direta: “Foi com base em que estudo ou em que parecer que anunciou ao país a decisão – imagino que tenha sido ponderada e fundamentada – de reforçar a capacidade do aeroporto Humberto Delgado?”.

Ora, depreendeu-se do debate que esse “parecer sobre avaliação ambiental e avaliação em matéria de segurança” não existe, vincou. Pedro Nuno Santos questionou mesmo se o presidente da Câmara Municipal de Lisboa aceita hoje “mais aviões a sobrevoar Lisboa”.

“Sou obrigado a concluir que foi uma decisão irrefletida, imponderada e que o senhor primeiro-ministro é impulsivo”, acusou.

30 dias de Governo marcados por falta de iniciativa

Sobre os primeiros 30 dias de Governo, Pedro Nuno Santos considerou que o maior problema “foi a falta de iniciativa”, tendo causado “alarme e preocupação” com “as exonerações, a desorientação e a justificação para essas desorientações”.

Assegurando que todo o discurso do executivo sobre as contas públicas foi bastante grave, o Secretário-Geral do PS notou que o que valeu ao país foi a Comissão Europeia, já que “o comissário europeu para a Economia e Orçamento e o presidente do Eurogrupo vieram dizer que as contas públicas em Portugal são saudáveis”. “Esta novela termina agora”, sublinhou.

Referindo-se em seguida à área da habitação, Pedro Nuno Santos defendeu que “o que é bom no programa [do Governo] já estava no Mais Habitação, o que é mau é novo” e é da responsabilidade do primeiro-ministro.

“O primeiro-ministro tinha prometido rasgar o Mais Habitação”, no entanto, quando o Governo apresentou o PowerPoint sobre habitação, medidas que tinham sido rasgadas constavam das propostas do Governo, apontou.

Dando o exemplo da cidade de Lisboa, Pedro Nuno Santos disse ao primeiro-ministro que “as casas que entregou foram projetadas por um presidente de câmara do PS, lançadas por um presidente de câmara do PS, pagas pelo Governo do PS”.

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