Há alternativa no quadro do euro
O líder socialista reiterou que esta é “uma questão central” que separa o BE do PS, que preconiza o caminho da negociação. É que, enquanto o BE pode prometer tudo a todos, disse António Costa, “desde os pensionistas até às crianças dos berçários”, o PS, pelo contrário, tem de ter os pés bem assentes no chão e a realidade sempre presente.
Lembrando que o PS também não concorda com as regras do Tratado Orçamental, António Costa garantiu que os socialistas bater-se-ão em negociações, aliando-se a outros países e a outros governos europeus, pela sua mudança, “porque precisamos de mais recursos financeiros para podermos investir e cumprir também com as nossas obrigações, designadamente com os pensionistas”.
O líder socialista fez questão de salientar que mantém a opinião de que é preciso encontrar um “novo equilíbrio” entre os recursos afetos à dívida e ao cumprimento das obrigações, “em particular com os pensionistas”, e os recursos que o país necessita para fazer os investimentos no futuro.
Sair da moeda única e abrir um processo de rompimento com a União Monetária, como em última análise defende o BE, caso as negociações com a Comissão Europeia viessem a falhar em relação à reestruturação da dívida, seria, na opinião de António Costa, “a pior de todas as desvalorizações que a economia portuguesa poderia sofrer”, uma vez que exponenciaria o “desastre que constituiu o congelamento e o corte de pensões a par da desvalorização que a direita conseguiu fazer nestes últimos quatro anos”.
Sair do euro, defendeu o líder do PS, “seria uma desvalorização absolutamente devastadora para a nossa economia, para os salários e para as pensões e para o património dos portugueses”.
António Costa referiu ainda que o programa do PS, ao contrário do que PCP e BE insistem em afirmar, “seguindo curiosamente a tese da direita”, desmente e demonstra claramente que há “efetivamente alternativa política no quadro do euro”.