Governo vai disponibilizar dois mil ME de apoio às empresas
O Governo vai este ano colocar nas empresas dois mil milhões de euros em apoios, uma verba significativamente superior à que o Executivo canalizou o ano passado, visando, sobretudo, como salientou António Costa, no almoço-debate com empresários, que ontem teve lugar na Fundação AEP, no Porto, que sejam as próprias empresas a investir, defendendo o primeiro-ministro que esta decisão resulta do facto de o Governo ter “adquirido grande confiança” na capacidade de iniciativa das empresas, para que sejam elas a “executar esses fundos comunitários”.
Mas se hoje há da parte do atual Governo disponibilidade e políticas sustentadas de apoio às empresas, há dois anos, quando o PS chegou ao Governo, o cenário era bem diferente.
Com efeito, como recordou o primeiro-ministro, quando assumiu funções governativas, em finais de 2015, apenas existiam 15 empresas apoiadas e escassos “quatro milhões de euros de fundos comunitários mobilizados”, algo que foi rapidamente alterado, como lembrou António Costa, tendo na altura o Governo traçado como meta colocar nos 100 primeiros dias 100 milhões de euros de apoio ao investimento, desiderato “que foi totalmente conseguido”.
Já o ano passado, sustentou ainda António Costa, a meta eram os mil milhões de euros, objetivo “que foi alcançado em setembro”, o que permitiu terminar 2017 com “uma execução de 1250 milhões de euros”, facto que se deveu, ainda na perspetiva do chefe do Executivo, à “forte confiança” que os agentes económicos têm vindo a manifestar no clima económico positivo e “às perspetivas da economia europeia e mundial que são favoráveis ao investimento”.
Para António Costa, este “sentimento de segurança e de confiança” por parte dos agentes económicos também é mensurável pela qualidade do emprego que tem vindo a ser criado ao longo destes dois últimos anos, “não só em números absolutos mas igualmente em qualidade”, e isto, como acrescentou, porque cerca de 75% dos 242 mil novos empregos criados em Portugal são “postos de trabalho criados e não contratos a termo”.
Políticas públicas
Para manter e aumentar no futuro o apoio às empresas, criando condições para que possam investir e criar mais postos de trabalho, não é contudo suficiente, na opinião de António Costa, deixar que sejam apenas as empresas a gerir esta dinâmica, devendo o Estado acompanhar estes investimentos “com políticas públicas”, que de algum modo possam também “contribuir para que esses investimentos aconteçam”.
Contudo para o primeiro-ministro, “o grande investimento duradouro” que o país tem de fazer está diretamente relacionado com os seus recursos humanos, defendendo António Costa a este propósito que a competitividade de Portugal deve “assentar, cada vez mais, na inovação e no conhecimento”.