António Costa antecipa relação “de grande colaboração” com Von der Leyen
Antes de entrar para um jantar privado com Ursula von der Leyen, o primeiro-ministro António Costa disse esperar ter uma relação “o mais próxima possível” e de “grande colaboração mútua” com a eleita presidente da Comissão Europeia, dando especial relevo e grande significado ao encontro agendado.
Depois de sublinhar a relação “muito especial” que manteve ao longo de todos estes anos com o agora cessante presidente Jean-Claude Juncker, uma ligação que António Costa considerou ser pessoal e muito “difícil de replicar”, o líder do Executivo português sustentou que estas boas relações de proximidade e de mútuo entendimento se estendam agora também à nova líder da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, e à sua equipa de comissários europeus.
Para António Costa, “é essencial” que na Europa os responsáveis políticos possam trabalhar o mais próximo possível uns dos outros, reconhecendo que as relações pessoais “são sempre pessoais e intransmissíveis” e que a sua especial ligação ao presidente Juncker até nem começou nas melhores circunstâncias, referindo-se ao processo de sanções por défice excessivo que ameaçou Portugal em 2015, mas que “felizmente acabou por não se concretizar”.
Por maioria de razão, num cenário que hoje é significativamente mais desanuviado do que era em finais de 2015, faz todo o sentido, segundo António Costa, que Portugal mantenha com a nova presidente uma relação “o mais próxima possível e de grande colaboração mútua”.
Aproximar posições
António Costa teve ainda ocasião para afirmar que já manifestou a Ursula von der Leyen a “rejeição categórica” de Portugal das propostas apresentadas por alguns Estados-membros para o orçamento comunitário pós 2020, lembrando que a proposta original da Comissão aponta para contribuições nacionais para o orçamento comunitário na ordem dos 1,11% do Rendimento Nacional Bruto, enquanto o Parlamento Europeu, por seu lado, defende que se chegue aos 1,3% e vários Estados-membros ao lado do Conselho Europeu querem que as contribuições nacionais sejam reduzidas para valores na ordem de 1,0%, um cenário que o primeiro-ministro português disse rejeitar de forma perentória.