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Wanda Guimarães destaca a importância dos assuntos laborais para o PS e a “nobreza” da função de deputado

Wanda Guimarães destaca a importância dos assuntos laborais para o PS e a “nobreza” da função de deputado

A deputada e vice-presidente da bancada do PS, Wanda Guimarães, destacou a relevância atribuída pelo Partido Socialista ao “mundo do trabalho”, agradecendo o reconhecimento da sua longa experiência de luta sindical na escolha para o exercício da função de deputada e, em jeito de despedida, enaltecendo a “belíssima responsabilidade” da representação parlamentar.

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Wanda Guimarães destaca a importância dos assuntos laborais para o PS e a “nobreza” da função de deputado

Uma missão que terminará com o final da legislatura, revelou a deputada, no período de declarações políticas na Assembleia da República, esta quarta-feira, onde utilizou o seu tempo de intervenção individual previsto no regimento para deixar algumas notas e vários agradecimentos. Desde logo, ao Partido Socialista, pela “razão óbvia” de a ter escolhido para integrar as suas listas, pese embora o “facto inegável” de que o mandato de deputado “repousa na vontade soberana de quem nos dá a sua confiança”, lembrou.

Wanda Guimarães agradeceu ainda ao Presidente da Assembleia da República Ferro Rodrigues pelo seu “trabalho incansável” na aproximação entre o Parlamento e os cidadãos, bem como ao líder parlamentar Carlos César e à direção da bancada pela confiança na atribuição de responsabilidades enquanto vice-presidente da Comissão de Trabalho e Segurança Social e, mais recentemente, como vice-presidente do Grupo Parlamentar, apesar de “uma natural rebeldia” herdada “de outras lutas”.

Foi com a bagagem da “experiência de terreno de uma direção sindical” que Wanda Guimarães sublinhou a “relevância que o PS atribuiu ao mundo do trabalho com estas escolhas”, deixando um alerta a todos os partidos para as próximas eleições: “Valorizem a prestação sindical. É uma escola essencial para quem mexe na vida das pessoas e entre a teoria e o terreno a diferença é abissal. Garanto-vos que não existe melhor escola”, afiançou a deputada socialista.

A nobreza da representação parlamentar

Numa outra “nota”, sobre a “função parlamentar”, em que expressou também o seu agradecimento aos camaradas da Comissão de Trabalho e Segurança Social e do Grupo Parlamentar pelo seu constante apoio durante estes quatro anos, sem esquecer a importância do “trabalho de assessores, secretárias e demais funcionários”, Wanda Guimarães repudiou a ideia de ligeireza com que é, por vezes, encarado o exercício do mandato de deputado.

“Faz-me impressão a ‘normalidade’ partilhada com que cada um de nós exerce o seu mandato sem muitas vezes interiorizarmos a nobreza da função que recebemos”, afirmou, garantindo ter tentado afastar-se da “possível leveza” no seu desempenho no quotidiano parlamentar, de modo a que “seja impregnado desta belíssima responsabilidade de representar as pessoas”.

Já sobre “as ideologias”, reconhecendo que “todos temos uma ideologia (e ainda bem) porque todos defendemos uma determinada conceção de sociedade, e todos hierarquizamos, embora de forma diferente (e ainda bem), convicções e valores”, Wanda Guimarães expressou um “único lamento”: que aqueles que “apregoam a sua repugnância pelas ideologias” sejam incapazes “de o afirmar com clareza porque a diferença será sempre um fator de enriquecimento das sociedades”.

Por último, a deputada deixou uma quarta nota: “O envelhecimento, ponto. Não ativo nem passivo. A condição de sermos velhos. A forma como nos relacionamos com os outros e a forma como os outros se relacionam connosco, com o passar dos anos”, afirmou, repudiando as “inúmeras expressões” que “são reveladoras do mal-estar e do incómodo que continuamos a causar na sociedade”.

“Por vezes é muito cansativo e irritante ser velho. Por exemplo: Em vez de nos apelidarem de velhos que é o que nós somos, inventam um número disparatado de epítetos: sénior, idoso (o pior), experiente, antigo e acrescentam “ativo” ao envelhecimento para verem se adoçam o conceito”, desabafou a deputada, assumindo ser a “pessoa mais velha da AR” que, com a responsabilidade que aceitou, “quis provar alguma coisa”.

“Pretendi, sobretudo, demonstrar que uma pessoa velha se enquadra e se integra num coletivo e que sim, que o seu contributo é útil. E, aliás, dificilmente dispensável”, afirmou, deixando um pedido final: “Não ponhamos os velhos em guetos, como fizemos anos a fio com as mulheres”, porque “somos todos cidadãos do mundo e como cidadãos do mundo temos de nos misturar: origens, raças, géneros, idades, ideologias e religiões”.