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Vencer desafio da competitividade com distribuição justa da riqueza

Vencer desafio da competitividade com distribuição justa da riqueza

Apostar mais na qualificação e na inovação é a estratégia que permitirá vencer o desafio da competitividade, defende o primeiro-ministro, avisando que esta discussão não deve continuar a girar em torno do aumento ou da redução do salário mínimo nacional.

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Vencer desafio da competitividade com distribuição justa da riqueza

Falando no final de uma visita à fábrica de moldes GLN Molds, na Maceira, concelho de Leiria, António Costa reiterou a sua convicção de que a competitividade da economia portuguesa terá de passar por uma aposta em mais mão-de-obra qualificada, “maior incorporação de conhecimento”, melhor tecnologia, melhor organização dos circuitos de produção e maior interconexão entre produção e comercialização.

Mas esta aposta, clarificou, terá de ser acompanhada de um trabalho “conjunto” entre os sectores público e privado.

Para o governante, a economia “faz-se desde logo com empresas”, que criam postos de trabalho e geram riqueza, mas não se faz apenas destas.

Assim sendo, também as políticas públicas são “importantes na formação, no estímulo à inovação, são importante no financiamento à economia”, frisou, garantindo que os fundos comunitários vão financiar “aquilo que é necessário” para se vencerem “os bloqueios estruturais” existentes.

Todavia, o grande desafio, esclareceu o primeiro-ministro não é só fazer de Portugal um país mais produtivo, com uma economia mais competitiva, e sim conseguir que, simultaneamente, exista uma distribuição mais justa da riqueza que é produzida.

Sangria fiscal falhou

Já em Ílhavo, na Vista Alegre, onde foi debater com os empresários a revolução digital da indústria, ou Indústria 4.0, afastou a perspetiva de agravamento da carga fiscal ou retrocesso na reposição salarial para atingir a meta do défice.

Na ocasião, António Costa lembrou que “a enorme sangria fiscal dos últimos quatro anos provou que o défice não se reduz com aumento de impostos, nem com cortes salariais”.

“O défice reduz-se com uma gestão rigorosa do Orçamento”, afirmou, afiançando que “o que temos de fazer é concentrar-nos nos desafios que estão no Plano Nacional de Reformas: inovação, qualificações, capitalização, coesão social, valorização do território, modernização do Estado e do sistema de Justiça, é esse o caminho que temos de fazer”.

Fazer mais pelo crescimento

A propósito das declarações do presidente do Banco Central Europeu, António Costa concordou com a necessidade de fazer mais pelo crescimento.

“O presidente Draghi tem razão: hoje o Banco Central Europeu criou condições para que não haja problemas de financiamento à economia, mas essas condições estão a ter dificuldades de chegar às empresas, seja pelas dificuldades do sistema financeiro, seja pelo nível elevado de endividamento”, declarou.

No que toca a Portugal, António Costa aproveitou para sublinhar “a necessidade de olhar para o sistema financeiro e assegurar a sua estabilidade, criando condições para que possa participar mais ativamente no financiamento da economia”.

De seguida, reconheceu ser preciso fazer mais para que aquilo que o BCE já fez tenha “impacto na vida das empresas” e justificou que foi por isso que, “logo nas primeiras semanas do governo”, foi criada a unidade de missão de capitalização das empresas, sendo esse “um dos pilares fundamentais do Programa Nacional de Reformas”.