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“Vale a pena votar pela mudança”

“Vale a pena votar pela mudança”

O secretário-geral do PS apelou ontem aos “indecisos” e “descrentes” para que votem nas legislativas de 4 de outubro, alertando que a abstenção contribui para a solução que menos desejam. António Costa acusou ainda as lideranças do PSD e do CDS, que perfilham um “radicalismo neoliberal”, de terem destruído consensos democráticos com quatro décadas.

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“Vale a pena votar pela mudança”

O líder socialista, que falava no encerramento do comício em Vila Real, fez um apelo à mobilização dos militantes e simpatizantes para que passem a mensagem de que vale a pena votar pela mudança junto dos cidadãos que estão ainda indecisos quanto ao seu sentido de voto ou são céticos em relação à política portuguesa.

“Junto dos indecisos ou dos descrentes, daqueles que acham que não vale a pena, é preciso dizer-lhes que vale a pena. Não só vale a pena, como é necessário, porque se não forem votar estão a contribuir para aquilo que menos desejam”, disse.

António Costa dedicou ainda grande parte da sua intervenção a apontar diferenças entre a prática governativa da coligação PSD/CDS e o programa do PS, dois modelos que considerou diametralmente opostos.

Radicalismo neoliberal destruiu consensos

O líder socialista caraterizou o PSD e o CDS, liderados por Passos Coelho e Paulo Portas, como protagonistas de uma corrente de “radicalismo neoliberal”.

Uma corrente que, segundo António Costa, “destruiu consensos que foram preservados por sucessivos governos em 40 anos de democracia e que são a parte nuclear do modelo social europeu”.

O Secretário-geral do PS voltou a acusar a coligação de direita de pretender desmembrar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), de colocar em causa o acesso à educação pública e de querer acabar com a universalidade do sistema público de pensões, transferindo parte dos seus recursos “para os fundos especulativos”.

Ao invés, sublinhou António Costa, o PS defende “outro caminho” que passa, entre outros objetivos, por promover “emprego digno”, proporcionar meios para os investimentos das empresas e garantir a sustentabilidade da Segurança Social, através do alargamento e diversificação das suas fontes de financiamento.

Mais emprego diminui despesa com desempregados

Por outro lado, o Secretário-geral do PS fez questão de explicar que o Estado pode poupar no pagamento do subsídio social de desemprego, uma prestação social não contributiva, caso aumente o emprego e, deste modo, o número de contribuintes para o sistema.

Uma explicação que surge na sequência de a coligação PSD/CDS ter em marcha uma campanha lançando dúvidas sobre como um Governo socialista poderia poupar cerca de mil milhões de euros em quatro anos nos pagamentos das prestações sociais não contributivas.

António Costa adiantou que o PS não quer diminuir a despesa “tirando o subsídio social de emprego a quem ainda não encontrou trabalho”, mas, pelo contrário, “diminuir a despesa com o subsídio social de desemprego, porque quem o recebe deixa de precisar de receber, já que deixa de estar em situação de desemprego”.

“Estando a trabalhar, esse cidadão, em vez de viver do subsídio social de desemprego, passa assim a estar a contribuir para sustentar a Segurança Social”, acrescentou.

No fundo, resumiu o líder socialista, o sistema público de Segurança Social será reforçado “se houver mais emprego”, já que, frisou, “havendo mais trabalhadores também haverá mais contribuintes a sustentarem o sistema”.