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Um mau sinal sobre funcionamento das instituições

Um mau sinal sobre funcionamento das instituições

A recondução do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, é “um mau sinal” dado pelo Governo sobre o atual funcionamento das instituições, afirmou o secretário-geral, António Costa, criticando que o PS não tivesse sido consultado nem ouvido nesta matéria

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TRABALHAR COM RIGOR

“Depois do que se tem passado ao longo dos últimos anos, não posso dizer que esteja propriamente surpreendido, mas tenho que dizer que estou profundamente desagradado e acho que é um mau sinal da forma como as nossas instituições estão a funcionar”, enfatizou o líder socialista, no final da visita à Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), no Porto.

Na ocasião, António Costa adiantou que o Partido Socialista vai pronunciar-se sobre esta escolha “após a audição a que a pessoa indigitada pelo Governo será sujeita na Assembleia da República”, lembrando que esta “nomeação é para uma função de cinco anos, inamovível”.

E, segundo o secretário-geral do PS, “estando numa fase final da legislatura”, seria saudável que “não houvesse substituições de funções desta natureza sem que isso correspondesse a um largo consenso na sociedade portuguesa”.

“Sobretudo depois de vários anos os portugueses estão bem cientes da necessidade de reforçar a credibilidade, a isenção, a imparcialidade, o rigor da autoridade reguladora. E isso significa que nós temos que reforçar a credibilidade de instituições como o Banco de Portugal porque obviamente é importante que o mercado funcione mas é indispensável que o mercado funcione regulado”, clarificou.

De seguida, acrescentou que “é também um mau sinal esta aposta na manutenção de uma regulação que manifestamente não deu bons sinais e que julgamos que não é um sinal que reforce a confiança que os portugueses exigem ter nas instituições reguladoras em Portugal”.

Por seu lado, o líder parlamentar do PS, Eduardo Ferro Rodrigues, considerou que a proposta de recondução do governador do Banco de Portugal demonstra que o primeiro-ministro e o Presidente da República não foram levados ao “engano” quando expressaram confiança no BES, enganando milhares de investidores.