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Tutela quer cerealicultura em lugar de relevo no país

Tutela quer cerealicultura em lugar de relevo no país

O Governo socialista quer aumentar o grau de autoaprovisionamento de cereais. O ministro da Agricultura declarou, em Elvas, distrito de Portalegre, que a situação do setor no país é atualmente “desadequada”, estimando variações positivas no prazo de cinco anos.

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“Estamos a trabalhar numa estratégia de médio e longo prazo para inverter uma situação que consideramos desadequada a que chegou o setor dos cereais em Portugal, fruto de várias circunstâncias, como circunstâncias políticas e circunstâncias agroclimáticas”, afirmou Capoulas Santos durante o encerramento de um ciclo de conferências inseridas no Dia do Agricultor.
Nesta iniciativa promovida pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e de outras entidades ligadas ao setor agrícola, Capoulas defendeu ser preciso “recriar” condições para que a cerealicultura volte a ocupar um lugar de relevo no país.
Depois, o ministro da Agricultura referiu que a produção de cereais em Portugal se situa num nível de autoaprovisionamento na ordem dos “25%”.
Mas quando são separados os diferentes cereais, como por exemplo o trigo panificável, o grau de autoaprovisionamento situa-se na ordem dos 5%, apenas, comentou, para de seguida adiantar que a tutela quer “alterar esta situação por forma que num horizonte de cinco anos possamos aumentar este grau médio de autoaprovisionamento para os cerca de 38 a 40%”.
Para que estes objetivos sejam atingidos, o governante apontou como necessário um conjunto de medidas de “natureza legal e de apoios comunitários”, lembrando que as negociações de um novo quadro comunitário de apoio estão quase a começar.
“Nós temo-nos batido pela manutenção do atual orçamento. A proposta da Comissão responde parcialmente a este nosso objetivo, já que no primeiro pilar da Política Agrícola Comum (PAC) aumentam até as dotações para Portugal, mas no segundo pilar, onde estão os apoios ao investimento, medidas agroambientais, há um corte que ainda não é conhecido e nós pretendemos recuperar esse corte”, relatou.
E sublinhou ainda que Portugal quer “manter”, do ponto de vista financeiro, a situação atual no que diz respeito à PAC, ao passo que do ponto de vista regulamentar defende um “maior espaço de manobra” para definir melhor as políticas nacionais.

Estratégia nacional visa setor mais forte e eficiente

De destacar que a apresentação da Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais decorreu no âmbito da celebração do Dia do Agricultor, que decorreu no Centro de Negócios Transfronteiriço de Elvas.
Esta estratégia, após ter sido criada pelo Executivo, integra um conjunto de “20 medidas prioritárias” e “ações concretas” para os próximos cinco anos, que vão contribuir para um setor “mais forte e mais eficiente”, com “maior capacidade” de resistência à volatilidade dos mercados, disponibilizando aos consumidores um produto de elevada qualidade.
Por outro lado, com a implementação desta estratégia, o ministério propõe-se atingir, até 2022, um grau de autoaprovisionamento em cereais de cerca de 38% a 40%, correspondendo 80% ao arroz, 50% ao milho e 20% aos cereais praganosos.