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Cultura e cidades, hoje

Cultura e cidades, hoje

Todos sabemos que a maioria das pessoas vive nas cidades, as Nações Unidas estimam que em 2030 cerca de 70% da população humana viva em cidades. É por isso que é nos espaços urbanos que a parte mais significativa do pensamento e atividade humanas acontece: o trabalho, a investigação, a indústria, o comércio, o lazer, a interação lúdica e social.

Opinião de:

Cultura e cidades, hoje

Se durante muitas décadas, quando se discutiam políticas e estratégias culturais, se discutiam sobretudo os critérios e objetivos de apoio às artes, aos agentes e instituições que as produziam e difundiam, as questões da preservação e difusão do património, a democratização e o valor civilizacional de acesso a um determinado tipo de cultura erudita, hoje temos que ter uma visão mais alargada do sentido da intervenção pública na área da cultura, sobretudo quando falamos de cidades.

Porque no mundo em acelerada transformação em que vivemos, a cultura é o espaço de memória, de cidadania, de expressão da diversidade humana no qual se estabelecem as ligações entre o passado, o presente e o futuro, se encontra o sentido de vida de cada um e de todos nós.

No espaço de proximidade, de vizinhança, de ligações que é, por excelência, o da cidade, importa dar voz às pessoas, fluxos, ideias, memórias, imaginários em comunicação, interação, às vezes em sintonia, outras vezes em confronto que marcam o dia a dia nos espaços urbanos.

Importa saber escutar, ativar, mobilizar, enquadrar as inesgotáveis energias difusas e criativas dos indivíduos, comunidades e grupos, que se organizam em torno das mais diversas afinidades, sejam elas, nomeadamente, de natureza artística e cultural, étnica, género, orientação sexual, desportiva que permitem construir afetividades várias, laços de pertença e de solidariedade, essenciais para partilhar identidades comuns e para ajudar a enfrentar as vicissitudes do quotidiano com que todos nos confrontamos. 

Porque as pessoas devem estar sempre no centro das preocupações e motivações efetivas das políticas urbanas.