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Temos alternativa

Temos alternativa

A alternativa de política económica e orçamental apresentada por um conjunto de economistas no âmbito da preparação do Programa de Governo do Partido Socialista transformou radicalmente os termos do debate político em Portugal. E a diferença fundamental é esta: agora já ninguém duvida de que o Partido Socialista tem uma alternativa.

Opinião de:

Temos alternativa

Durante demasiado tempo, por muito injusto que isso fosse, houve a sensação de que o Governo estava a governar mal mas o PS não era capaz de apresentar uma alternativa convincente. A oposição do Partido Socialista parecia limitada por um triplo bloqueio: dizia pretender um outro caminho de crescimento e de emprego mas as pessoas não percebiam bem como; afirmava ter uma alternativa oposta à do Governo mas a diferença parecia resumir-se à “dose” de austeridade; e dava a entender que a sua política económica, permanecendo fiel às regras orçamentais europeias, estava dependente de uma incerta autorização de Bruxelas quanto a uma mais suave trajectória orçamental. Este atrofiante triplo bloqueio foi agora superado de uma só vez. Com a crebilidade de um estudo técnico bem fundamentado, assinado por economistas prestigiados, os portugueses sabem agora que o PS tem uma alternativa económica viável, que essa alternativa é de facto diferente da política de austeridade do Governo e que a sua execução não implica entrar em incumprimento das regras do Euro, nem depende de uma especial autorização de Bruxelas.  

A alternativa é clara. No plano económico, visa aumentar, de forma responsável, o rendimento das famílias de forma a provocar um “choque de procura” que impulsione finalmente o crescimento e o emprego, travando a emigração e o empobrecimento. No plano orçamental, assumindo o cumprimento das regras europeias, preconiza uma trajectória inicial mais suave de redução do défice e da dívida compensada por metas mais ambiciosas de médio prazo, apostando numa consolidação das contas púbicas assente não apenas no rigor orçamental mas também no crescimento e no emprego. 

Esta alternativa económica, que se declina em várias medidas concretas, todas elas devidamente identificadas e quantificadas, assenta em três orientações políticas fundamentais que fazem toda a diferença: primeiro, travar a austeridade e eliminá-la em metade do tempo previsto pelo Governo (até 2017, em vez de até 2019); segundo, aumentar imediatamente o rendimento disponível dos trabalhadores e das famílias e reduzir fortemente a pobreza e as desigualdades; terceiro, estimular o investimento, público e privado, e apoiar as pequenas e médias empresas.

A alternativa do PS, sendo credível, como tem sido amplamente reconhecido, é também inteiramente fiel aos seus valores, à sua história e à sua identidade: é uma alternativa europeia, responsável e inquestionavelmente de esquerda. E só não o vê quem não quer: contra a estratégia de empobrecimento da política de austeridade dita “expansionista”, o PS aposta na valorização do rendimento dos trabalhadores, no reforço das prestações sociais e na redução da pobreza e das desigualdades – tudo marcas inconfundíveis da esquerda, traduzidas em medidas responsáveis, criteriosamente estudadas e integralmente respeitadoras das regras europeias. É a alternativa que faltava para renovar a esperança, e, de uma vez por todas, mobilizar Portugal.