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Atribuição do Prémio Mandela a Sampaio

Atribuição do Prémio Mandela a Sampaio

O secretário-geral do PS, António Costa, vai estar hoje presente, na sessão comemorativa da atribuição do Prémio Nelson Mandela ao antigo Presidente da República Jorge Sampaio, que decorrerá pelas 18h30, na Fundação Calouste Gulbenkian.

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Atribuição do Prémio Mandela a Sampaio

O Prémio Mandela visa reconhecer a contribuição excecional de personalidades que têm dedicado as suas vidas e ação em prol da humanidade, tendo sido entregue a Jorge Sampaio na passada quinta-feira, na sede das Nações Unidas. Ocasião que o ex-Presidente da República aproveitou para fazer uma evocação emocionada do povo português como “um povo bravo, generoso, extrovertido e resiliente”.

“Perdoem-me por esta evocação mais pessoal e nacional. Mas devo dedicar esta aclamação ao meu país e aos meus caros concidadãos. Os portugueses são um povo bravo, generoso, extrovertido e resiliente. São tolerantes, têm a mente aberta e são cooperantes. Sempre repeti incessantemente que o melhor que o nosso país tem são as suas pessoas, homens e mulheres de esperança, perdão e resistência”, disse Jorge Sampaio.

Num discurso de cerca de 15 minutos, o também ex-Secretário-geral do PS falou um pouco da sua história pessoal, marcada pelo combate contra a ditadura do Estado Novo e pela defesa de uma democracia política, económica e social.

“Há várias, longas décadas era um estudante universitário no meu país, Portugal, e vivíamos com medo, sob um controlo repressivo sufocante e um regime político repressivo. Éramos uma sociedade atrasada, subdesenvolvida devido às guerras coloniais, aos cérebros que partiam e a enormes níveis de imigração”, disse, acrescentando que nesses tempos sombrios “Portugal estava isolado, diplomaticamente isolado das organizações europeias e de outros fóruns democráticos”.

No entanto, sublinhou, “ainda assim, em 1974, tivemos a nossa revolução democrática e grandes mudanças foram introduzidas, trazendo esperança e um futuro mais brilhante para o povo português”.

Por outro lado, o também ex-secretário-geral do PS teve também uma palavra para os países de língua oficial portuguesa, afirmando estar “orgulhoso por metade dos primeiros recipientes do prémio ONU falar português”.

Sublinhando que não é apenas em Portugal que este prémio encontra ressonância, mas em todo mundo, através do Brasil, Moçambique, Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Timor-Leste.

“Deixem-me prestar tributo a todos os membros da nossa família que fala português e que aqui está hoje e celebrar a nossa união na nossa diversidade”, disse Sampaio.

O antigo Presidente da República fez ainda questão de sublinhar: “Este prémio é-me apenas confiado. É por isso que gostava de falar por todas as pessoas que conheci a volta do mundo e com quem tive o privilégio de trabalhar”.