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“Se há área onde não podemos regatear é a da saúde”

“Se há área onde não podemos regatear é a da saúde”

Seria inimaginável que a economia portuguesa fosse confrontada com o cenário de sair desta crise pandémica “pior e mais frágil” do que estava antes, referiu o primeiro-ministro ontem no Porto, voltando a defender que é sobretudo na área da saúde que o país mais tem de continuar a investir.

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“Se há área onde não podemos regatear é a da saúde”

Participando num encontro com jovens empresários da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), o primeiro-ministro fez questão de insistir ao longo da sua intervenção que, perante a crise desencadeada pela Covid-19, há uma área, a da saúde, à qual não se pode nem se deve “regatear” apoios, referindo que, “quanto ao mais”, os investimentos terão de ser feitos com a “conta, o peso e a medida” necessários, lembrando, contudo, que “há um amanhã depois da crise”.

Para o líder do Executivo socialista, falar de investimentos públicos e dos fundos europeus e associar isto com o debate que envolve o Orçamento do Estado para 2021, é desde já uma das tarefas a que os vários membros do Governo também vão meter ombros nas várias iniciativas que decorrerão de norte a sul do país até à aprovação do OE na Assembleia da República, destacando a este propósito António Costa os diversos incentivos já programados de apoio às empresas.

Perante uma crise “inédita” pela sua dimensão e escala mundial, e por constituir também um fenómeno “externo à economia”, só muito dificilmente se poderá ter uma “retoma devidamente sustentada” da economia a nível global, defendeu, de forma pragmática, o primeiro-ministro, pelo menos enquanto a doença não for erradicada ou, no mínimo, fortemente quebrada na sua atual extensão.

Contudo, como também referiu, enquanto esta não for a realidade, existem já alguns “consensos alargados e muito claros”, não só em Portugal, mas em todos os países europeus, sobre o tipo de prioridades que se devem preservar, designadamente, “manter vivos os fatores produtivos e a proteção dos empregos”, evitando que as “empresas colapsem”, e continuar a apoiar o “rendimento das famílias, preparando uma estratégia de relançamento” da economia.

Neste encontro com jovens empresários, transmitido em direto através das redes sociais da ANJE, o primeiro-ministro voltou a insistir na tese de que ninguém em Portugal quererá regressar a fevereiro deste ano, o mês em que a Covid-19 entrou na vida do país, insistindo que o importante é “acelerar a transição para o futuro”, recordando que a União Europeia já deu, a este propósito, o seu imprescindível contributo, ao ter aprovado o plano de recuperação e resiliência, que na opinião de António Costa constitui uma alavanca de particular relevância para que Portugal possa sair da atual crise económica e social “mais forte do ponto de vista financeiro”.

Em relação à “famosa bazuca europeia”, ou seja, os fundos europeus destinados à recuperação da economia, o primeiro-ministro disse estar seguro de que Portugal poderá começar já no primeiro trimestre do próximo ano a executá-los, garantindo que o Orçamento do Estado para 2021 prevê “alguma antecipação” de fundos logo no primeiro dia do ano, nomeadamente com um “pré-financiamento de 10% “, iniciativa que só avançará, como também referiu, caso Bruxelas até lá “aprove o que tem de aprovar”, ou seja, o “acordo final entre o Parlamento Europeu e o Conselho Europeu”.

Portugal 2020

Já sobre o quadro de apoio comunitário do Portugal 2020, António Costa garantiu que atualmente a execução nacional deste programa “ronda os 55%, enquanto a média europeia se situa nos 42%”, sendo que os cerca de 12 mil milhões de euros deste quadro que ainda faltam entrar na economia, certamente que não vão deixar de ser “total e integralmente aplicados”.