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SAÍDA DO LIXO

SAÍDA DO LIXO

António Costa diz que virou a página do lixo, depois de ter virado a da austeridade. E vai ganhar as autárquicas. O FMI, que chegou a criticar, tempos atrás, um aumento de vinte euros no nosso salário mínimo, fala, agora, de progressos notáveis em Portugal. Opinião insuspeita, sem dúvida.

Opinião de:

SAÍDA DO LIXO

Mário Centeno, pelo seu lado, prepara-se para assumir, em janeiro, a presidência do Eurogrupo, o que, a concretizar-se, será uma honra e distinção para o país. A experiência económica portuguesa fará escola na Europa. O alívio fiscal contempla todos os escalões do IRS em 2018. A dívida pública será reduzida a partir de outubro. As negociações sobre o OE 2018 poderão ficar fechadas antes das autárquicas do próximo dia 1. Não há memória, no Portugal de abril, de período tao recheado de sucessos como este. Passos Coelho, ao acusar António Costa de sectarismo sem paralelo na história da nossa democracia, por não falar do PSD sobre a saída do lixo, expressou-se mal, enganou-se, como, aliás, é seu timbre. 

O que, de facto, não tem paralelo são os anos de ouro que vivemos, a que já me tinha reportado nesta coluna, a propósito do défice de 2,1 e do crescimento económico de 2,9. E, em boa verdade, Costa nunca podia ter elogiado o PSD. O primeiro-ministro fez questão de afirmar que saiu do lixo, sem cortar nas pensões e sem aumentos da carga fiscal. Seguiu, segundo disse, um caminho diferente de Passos e obteve melhores resultados, sem por em causa as finanças públicas. O líder do PSD, como toda a gente sabe, cortou nas pensões e salários. E aumentou brutalmente os impostos. Numa palavra, roubou os portugueses. Ora, quem rouba não pode ser enaltecido. Depois de todo o mal que fez, Passos não deveria estar na expectativa de ter uma palavra de Costa, por causa da saída do lixo. Não foi punido pelo roubo e ainda queria ser elogiado. Pasme-se! O primeiro-ministro fez bem em ignorar o PSD. E o povo português também deverá fazê-lo nas autárquicas do próximo dia 1. A vitória do PS parece certa.

Os anos de ouro que vivemos, graças à mudança de política no país, levada a cabo pelo PS, terão, a meu ver, reflexos inevitáveis nos resultados eleitorais.  Sem que isto signifique, claro, algum menosprezo pela valia indiscutível dos candidatos autárquicos socialistas. Marques Mendes, que é insuspeito, diz que o PSD corre o risco de não chegar aos 20 por cento! As perspetivas para o CDS são, também, muito más, para mais com Assunção Cristas a dizer que 1350 euros é uma renda acessível. Que disparate! 

A campanha decorre com normalidade e António Costa tem pedido para darem força ao PS, a fim de se continuar com a mudança, que beneficia um número, cada vez maior, de portugueses e portuguesas. O voto no PS apresenta-se, assim, como o que garante a prossecução de uma política que já fez história, o que é ainda mais assinalável, porque muitos duvidavam. Os eleitores veem, também, nos candidatos autárquicos do PS a garantia de democracia, quando os populismos a ameaçam.