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Região dos Açores reconhecida pelo trabalho na preservação dos oceanos

Região dos Açores reconhecida pelo trabalho na preservação dos oceanos

O arquipélago dos Açores foi considerado pela Fundação ‘Mission Blue’ como um dos lugares do planeta onde existem maiores potencialidades para a proteção dos oceanos. Um reconhecimento que visa também apoiar e sobretudo valorizar a conservação do mar desta região autónoma.

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Região dos Açores reconhecida pelo trabalho na preservação dos oceanos

O reconhecimento de que os Açores são um ‘hope spot’ (local de esperança) para a preservação dos oceanos foi ontem transmitido em conferência de imprensa na cidade da Horta, na ilha do Faial pela bióloga Sylvia Earle, da ‘Mission Blue Fundation’, acompanhada pelo secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia do Governo açoriano, Gui Menezes.

As chamadas ‘áreas de esperança’ ou ‘hope spots’ como recordou Sylvia Earle neste encontro com os jornalistas, são áreas “essenciais para a saúde dos oceanos” pretendendo-se com esta classificação, por um lado, divulgar a importância do arquipélago “como habitat de diversas espécies marinhas” e, por outro lado, simultaneamente, promover “ações de exploração e de proteção do oceano, apoiando desta forma pessoas e comunidades”.

Para esta especialista, apesar do bom trabalho e do progresso que tem sido alcançado pelo Governo regional dos Açores em matéria de defesa do oceano, “ainda há um longo percurso a fazer”, recordando que todo o arquipélago açoriano ainda “está sob pressão devido a algumas atividades piscatórias e à poluição marinha”.

Recorde-se que a candidatura açoriana passou inicialmente pelo crivo da avaliação da ‘International Union for the Conservation of Nature (IUCN) tendo contado na sua elaboração com o apoio de vários investigadores do Centro de Investigação Oceanos e do Observatório do Mar e do próprio Governo dos Açores, através da Direção Regional dos Assuntos do Mar, como aliás explicou Gui Menezes.

Potencial “único” de conhecimento e ciência

Manifestamente satisfeito com o resultado final desta avaliação, o secretário regional lembrou que a distinção atribuída ao arquipélago dos Açores e ao seu mar não engloba apenas e só “uma pequena parcela” do mar açoriano, mas de “todo o território marítimo do arquipélago”, reconhecendo assim que este é “um sítio especial”, que mantém “alguma integridade em termos de biodiversidade” e “único em termos de potencial de descoberta científica e de conhecimento do mar profundo”.

Perante este reconhecimento internacional, Gui Menezes não tem dúvidas que os próximos dois anos vão ser decisivos para o mar dos Açores, uma certeza que para o governante justifica o trabalho que o Governo regional tem vindo a fazer na preparação de planos de gestão das áreas marinhas protegidas, bem como o “plano de ordenamento do espaço marítimo”.

Gui Menezes lembrou ainda que em fevereiro passado a região assumiu, em parceria com a Fundação Oceano Azul e a Waitt Foudation & Institute, o compromisso de alocar 15% da Zona Económica Exclusiva (ZEE) dos Açores a área marítima protegida, estando ainda previsto, no âmbito do projeto ‘Blue Azores’, um programa de educação para a literacia do oceano, focado na conservação e no uso sustentável dos recursos marinhos.