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Reforma da floresta é desafio estrutural para o futuro do país

Reforma da floresta é desafio estrutural para o futuro do país

A melhor forma de dizer “nunca mais” a uma tragédia como a de Pedrógão e Góis é lançar um projeto piloto das políticas de revitalização do território e reordenamento florestal nos sete concelhos afetados, defendeu o primeiro-ministro, no Parlamento, durante o discurso sobre o estado da Nação.

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Concelho com turismo? Sim. Concelho turístico? Não.

Na ocasião, perante o hemiciclo de São Bento cheio, António Costa afiançou que o Governo socialista vai deslocalizar a Unidade de Missão para a Valorização do Interior para os terrenos afetados, deixando claro que, pela frente, há “duas tarefas imediatas” e “um desafio estrutural”.

Desde logo é preciso dar prioridade, disse, à reconstrução do que foi destruído, restabelecendo a capacidade produtiva e a qualidade de vida nestes territórios.

Depois, o líder do Executivo considerou fundamental “esclarecer cabalmente o que aconteceu e, em função dos factos, apurar responsabilidades, qualquer que seja a sua natureza”.

Por isso, garantiu, “o Governo dará toda a colaboração e apoio tanto ao inquérito crime aberto pelo Ministério Público como à Comissão Técnica Independente constituída por esta Assembleia.”

Mas António Costa destacou como “essencial e estrutural”, para podermos evitar novas catástrofes” como a acontecida a 17 de junho passado, que Portugal responda eficaz e eficientemente ao desafio de revitalizar o interior e reordenar a floresta.

Neste sentido, e porque há soluções que não podem esperar mais, advogou a aprovação de instrumentos de mobilização das terras ao abandono, a criação de estruturas associativas, privadas ou públicas, que permitam a valorização económica da floresta, a agilização da conclusão do cadastro dos proprietários de milhões de hectares e a travagem da expansão da área de plantio do eucalipto.

A finalizar este tema, o primeiro-ministro apelou a “esforço conjunto para consensualizar esta reforma estrutural para o futuro do país” e sublinhou que “temos o dever de tudo fazer para estarmos à altura da memória dos que faleceram, da dor dos seus familiares e amigos, do terror das populações ameaçadas pelas chamas, da coragem dos combatentes dos fogos, dos que socorreram e da corrente de solidariedade nacional e internacional”.