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Recuperar o tempo perdido

Recuperar o tempo perdido

O secretário-geral do PS garante que retomará a educação de adultos como “arma de combate ao desemprego de longa duração” e “condição fundamental de cidadania”.

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Recuperar o tempo perdido

Ao encerrar a conferência “Qualificações – recuperar o tempo perdido”, António Costa apontou como “o maior erro” deste Governo em matéria educativa o facto de, perante o sucesso do programa Novas Oportunidades, ter optado por “matar a educação de adultos em Portugal, como se não fosse uma necessidade absoluta do nosso presente e do nosso futuro”, em vez de corrigir falhas ou gerar alternativas.

Sobre este assunto vale a pena recordar que o país enfrenta, na educação de adultos, um período classificado por alguns como “complexo” e descrito por outros como “dramático”.

Após anos de esquecimento, mais de uma década de priorização política favoreceu elevadas taxas de certificação de adultos em ofertas públicas de educação (e formação) de base inovadoras em termos pedagógicos e de finalidades.

Fortemente apoiada pela União Europeia e pelas orientações relativas à aprendizagem ao longo da vida, a política pública de educação e formação de adultos adotada na última década por executivos socialistas aproximou-se de políticas de outros países europeus, amplamente centradas no aumento da empregabilidade, produtividade e flexibilidade dos adultos-ativos.

Nos últimos quatro anos, em Portugal, a obsessão pela austeridade dos cortes cegos, a emergência de discursos políticos de caráter conservador e a decisões (ou a falta delas) pouco consensuais deixaram os adultos pouco escolarizados, destinatários privilegiados das atividades propostas de educação de base, os agentes da educação de adultos e a sociedade portuguesa numa situação de retrocesso.

No quadro de uma crise financeira, económica, simultaneamente social, política e cívica, importa compreender o que o secretário-geral do PS afirmou clara e convictamente no encontro do Museu de História Natural e Ciência: “Sem conhecimento não há crescimento”.