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PS questiona qual será a imagem do BE ao votar com a direita contra o OE

PS questiona qual será a imagem do BE ao votar com a direita contra o OE

A deputada socialista Sónia Fertuzinhos questionou ontem qual a imagem que ficará do Bloco de Esquerda ao ser o único partido da esquerda parlamentar a "levantar-se sozinho" ao lado da direita para votar contra a proposta de Orçamento de Estado para 2021 na generalidade, "sem nenhuma razão que se perceba e convença" para abandonar as negociações que prosseguirão até á votação final, "falhando", com essa posição, ao país e às pessoas.

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PS questiona qual será a imagem do BE ao votar com a direita contra o OE

Numa interpelação à deputada bloquista Mariana Mortágua, no primeiro dia de debate do documento orçamental para o próximo ano, Sónia Fertuzinhos considerou que “todo o conjunto de intervenções, números, gráficos e esquemas” que o Bloco de Esquerda tem apresentado, “com grande insistência e drama nas ultimas semanas”, “não explicam e muito menos justificam” o voto deste partido contra um Orçamento que aumenta o Salário Mínimo Nacional e reforça os apoios sociais e o investimento no SNS para responder à crise pandémica.

“A imagem do Bloco de Esquerda para o país na votação de amanhã [hoje] é só uma: o Bloco de Esquerda vai levantar-se sozinho ao lado de toda a direita do Parlamento, do PSD, do CDS, da Iniciativa Liberal, do Chega, para votar contra uma proposta de Orçamento que ninguém, concordando ou discordando da mesma, consegue negar que reforça o papel do Estado Social na resposta à crise e à pandemia”, afirmou.

Sónia Fertuzinhos contrapôs os argumentos utilizados pelo PSD às revindicações do Bloco de Esquerda, fazendo notar que este partido vai votar ao lado de toda a direita, que é “de novo contra o aumento do salário mínimo” no pressuposto, citou a deputada, “de que é muito pior estar no desemprego do que viver com 400 ou 500 euros”, quando defende o “reforço do Salário Mínimo que esta mesma proposta de Orçamento de Estado assume como central na política de rendimentos, como assumiram todos os Orçamentos de Estado desde 2015 viabilizados pela esquerda parlamentar e também pelo Bloco de Esquerda”.

“Mas também na votação do Orçamento de Estado, o Bloco de Esquerda vai levantar-se ao lado de toda a direita que vai votar contra o Orçamento de Estado porque, e cito de novo a direita, distribui o que tem e o que não tem, na defesa, diz o Bloco de Esquerda, do reforço do Orçamento da Saúde e dos apoios sociais que este orçamento garante como nunca, e como fizeram todos os orçamentos desde 2015 com o apoio da esquerda parlamentar e do Bloco de Esquerda”, lembrou ainda a deputada socialista.

Sónia Fertuzinhos fez também notar que o Bloco e Esquerda é único partido da esquerda parlamentar que vai votar ao lado da direita que considera que este Orçamento “continua a apostar num preconceito contra o setor privado” em “pontos fundamentais como é o caso da saúde”, quando diz “defender o Serviço Nacional de Saúde com o objetivo que seja sempre o garante da saúde de todos os portugueses e portuguesas”.

“Este Orçamento de Estado, aquele que o Bloco de Esquerda vai votar contra, não apenas reforça a linha de recuperação e investimento no SNS, como enfrenta e combate sem tréguas uma das maiores tentativas recentes de vários atores irresponsáveis da área da saúde de aproveitarem a pandemia e a pressão que ela coloca sobre o SNS para conseguirem ganhos privados e para o privado à custa do Serviço Nacional de Saúde”, sublinhou.

Neste contexto, a coordenadora dos deputados socialistas na área da saúde questionou se “algum eleitor ou eleitora da esquerda em Portugal” vai compreender a posição deste partido “no inicio do processo de discussão parlamentar do Orçamento de Estado e a imagem que ficará do Bloco de esquerda na votação de amanhã”.

“A imagem de um Bloco de Esquerda como único partido da esquerda parlamentar a levantar-se sozinho com a direita no voto contra a proposta do Orçamento de Estado para 2021 na generalidade, sem nenhuma razão que se perceba e convença, deitando a toalha ao chão, abandonando o esforço de negociação que vai prosseguir até á votação final e, com isso, falhando ao país e, para usar a expressão da senhora deputada Catarina Martins no inicio deste debate, “falha ao país e falha às pessoas””, apontou.