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PS irá revogar alteração legislativa que “humilha as mulheres”

PS irá revogar alteração legislativa que “humilha as mulheres”

Para António Costa é inaceitável que a coligação PSD/CDS faça um discurso da natalidade e, ao mesmo tempo, exclua as mulheres solteiras do acesso à procriação medicamente assistida. O Secretário-geral do PS falava num almoço-comício que hoje teve lugar no Seixal, onde garantiu que o PS irá revogar a alteração à lei da IVG feita pela atual maioria.

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PS irá revogar alteração legislativa que “humilha as mulheres”

Na iniciativa dedicada à temática da igualdade, António Costa ouviu a sua mãe, a jornalista Maria Antónia Palla, lembrar que hoje “há países onde as mulheres não têm direito a frequentar a escola e até ter acesso ao hospital”, advertindo as mulheres presentes para as várias “discriminações” que a atual crise “tem vindo a agravar”, dando como exemplo o aumento da violência doméstica.

O líder do PS começou por considerar lamentáveis as conceções de família da coligação de direita, defendendo uma aposta forte na paridade entre géneros.

Elogiou a este propósito a lista de candidatos socialistas por Setúbal, liderada por Ana Catarina Mendes, lembrando que apresenta o mesmo número de homens e de mulheres.

O líder do PS voltou a criticar a aprovação pelo Governo PSD/CDS, em final de legislatura, da revisão da lei de interrupção voluntária da gravidez, afirmando que esta iniciativa da direita “reabriu uma ferida na sociedade portuguesa” que “humilha as mulheres”.

Garantiu por isso que “reabriremos a nova legislatura com a revogação dessa lei”, reiterando que a crise em que o país está mergulhado, fruto das políticas erradas do Governo, “agravou as desigualdades entre homens e mulheres”, sobretudo “ao aumentar o desemprego e a precariedade laboral”.

Neste almoço-comício na baía do Seixal, foram muitas as candidatas a deputadas socialistas que estiveram ao lado de António Costa. Para além da sua mãe, Maria Antónia Palla e da cabeça de lista pelo distrito de Setúbal, Ana Catarina Mendes, estiveram presentes, Edite Estrela, Isabel Moreira, Helena Roseta, Inês Medeiros e Elza Pais.

Discurso “salazarento”

Ana Catarina Mendes não teve papas na língua e considerou a recente intervenção de Paulo Portas em Vagos, sobre o papel que as mulheres devem ter na sociedade, “salazarenta, bafienta e conservadora”.

Recorde-se que o ainda vice-primeiro-ministro disse, a determinada altura da sua intervenção, que as “mulheres sabem que têm de organizar a casa e pagar as contas a dias certos, pensar nos mais velhos e cuidar dos mais novos”.

Ana Catarina Mendes lembrou que a igualdade “não se faz apenas com os homens ou apenas com as mulheres”, defendendo que só é possível haver verdadeira igualdade de oportunidades “se todos soubermos lutar por uma sociedade mais justa, mais igualitária, mas sobretudo onde a igualdade de cada um seja respeitada”.