home

PS evoca grande referência da comunidade portuguesa em França

PS evoca grande referência da comunidade portuguesa em França

A Assembleia da República aprovou sexta-feira por unanimidade um voto de pesar pelo falecimento de José Batista de Matos, “o rosto da emigração portuguesa no Museu Nacional da História da Emigração em Paris” e “uma das grandes referências da comunidade em França”, ocorrido no passado dia 1 de julho na Batalha, com 84 anos.

Notícia publicada por:

PS evoca grande referência da comunidade portuguesa em França

No voto, apresentado pelo Grupo Parlamentar do PS, que tem como primeiro subscritor o deputado Paulo Pisco, eleito pelo círculo da Europa, reconhece-se o “mérito e as qualidades cívicas e humanas deste cidadão português que residiu grande parte da sua vida em França”, expressando à família e amigos de José Batista de Matos as “mais sentidas condolências”.

Batista de Matos “chegou a Paris em 1963 e conheceu a vida dura no bidonville de Champigny, tal como muitos milhares de compatriotas, o que só acentuou o seu impulso para o envolvimento cívico e a luta por condições de vida dignas para todos”.

Na evocação do seu percurso, recorda-se que foi “encarregado-geral do Metro de Paris e ativista pelos direitos dos trabalhadores”, tendo, enquanto dirigente associativo, fundado a Associação Portuguesa de Fontenay-sous-Bois, onde viveu grande parte da sua vida e que no passado dia 2 de junho lhe concedeu a Medalha da Cidade.

“Foi aí que levou a que se erguesse o primeiro monumento ao 25 de abril de 1974 fora de Portugal, por onde muitas personalidades da vida pública portuguesa passaram”, lembra-se sobre a vida daquele que foi também o grande impulsionador da geminação entre Fontenay-sous-Bois e a Marinha Grande, membro do Conselho das Comunidades Portuguesas e “autor de dois livros que refletem o sentido da sua vida: História, cultura e tradições das Alcanadas e Uma vida de militância cívica e cultural”.

“Batista de Matos era um defensor acérrimo da liberdade e da democracia e um lutador inconformado contra as desigualdades, como demonstram as suas tomadas de posição e a forma como se envolveu no Maio de 68, com o idealismo de quem quer mudar o mundo. Era um homem de causas e bem conhecido pela sua generosidade e sentido de humanidade”, lê-se no voto em que se recorda ainda que, em 2012, recebeu do Estado português a Comenda da Ordem Nacional de Mérito.