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PS defende voto matriz em braille

PS defende voto matriz em braille

O Partido Socialista procurou ontem chamar a atenção para a limitação das pessoas com deficiência visual no exercício do direito ao voto em condições de sigilo e igualdade, defendendo a utilização do voto matriz em braille, mesmo que seja necessário alterar a lei eleitoral.

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PS defende voto matriz em braille

Sob o mote “Tão Simples”, numa ação de pré-campanha realizada junto à Assembleia da República com a presença da candidata pelo PS Ana Sofia Antunes, invisual, entre outros da lista pelo círculo de Lisboa, foi criado um cenário com uma mesa de voto tradicional onde algumas pessoas com deficiência visual exerceram o seu direito de voto em braille.

Na iniciativa, Ana Sofia Antunes revelou que “as pessoas com deficiência visual quando exercem o seu direito de voto não o podem fazer de forma autónoma”. “Cada vez que se dirigem a uma mesa de voto para votar têm que o fazer acompanhadas. Isto é uma limitação ao pleno exercício dos seus direitos”, afirmou, sublinhando que “não é difícil dar a volta à questão”.

Basta a utilização do voto matriz em braille em conjunto com o voto tradicional, defendeu Ana Sofia Antunes, explicando que o voto matriz é “genericamente igual” ao boletim de voto tradicional, estando indicados os nomes dos partidos em braille, à frente do qual está um quadrado.

A candidata lembrou que esta proposta de voto é defendida há vários anos pela Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (Acapo), à qual atualmente preside, tendo-a já apresentado à Comissão Nacional de Eleições, que justifica a não introdução do voto matriz com a necessidade de ser alterada a lei eleitoral.

Apesar de discordar desta justificação da CNE, Ana Sofia Antunes considerou que “se assim se entender, o que defendemos é que seja viabilizada a lei eleitoral apenas para introduzir esta questão do voto matriz em braille”.

“Esta é uma forma de simplificar a vida das pessoas e acima de tudo de as convencer que vale a pena ir votar, muita gente com deficiência visual não vai votar porque não se sente respeitada, não se sente dignificada”, defendeu.

Com esta ação, explicou Ana Sofia Antunes, o PS pretendeu mostrar “como é tão simples conseguirmos dar a voltar à questão da liberdade do exercício de voto em condições de sigilo para as pessoas com deficiência visual”.