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PS critica populismo sobre reposição de salários dos trabalhadores de gabinetes políticos

PS critica populismo sobre reposição de salários dos trabalhadores de gabinetes políticos

Pedro Delgado Alves considerou hoje que a qualificação de “populismo” às críticas que têm sido feitas contra o fim gradual dos cortes salariais aplicados aos membros de gabinetes políticos talvez “não esteja totalmente errada”, uma vez que se está a repor os vencimentos de trabalhadores que “viram os seus rendimentos objeto de restrição até por duas vezes”.

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No final da reunião semanal do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, o deputado lembrou que ao longo dos últimos anos “têm sido implementadas pelo Governo medidas de reversão de cortes salariais que estavam associadas à situação extraordinária em que Portugal se encontrava”.
“Obviamente, esses membros de gabinetes trabalham, recebem uma remuneração ao final do mês e, havendo uma política generalizada de reversão [de cortes salariais], essa medida de reposição deve ser entendida neste mesmo contexto”, defendeu.
O vice-presidente da bancada parlamentar do PS garantiu que o Governo está a “proteger rendimentos do trabalho”, estando-se “a falar de trabalhadores dependentes”.
Pedro Delgado Alves alertou que estes trabalhadores “exercem funções em gabinetes do Governo ou de autarcas, mas não é por isso que não se deve reconhecer-lhes a aplicação do princípio de valorização dos seus rendimentos”.
“Só neste momento é que a questão está a ser discutida, não tendo acompanhado o processo de reposição dos outros cortes. Para mais, neste caso, é um corte extraordinário”, sublinhou o dirigente socialista, frisando que a devolução de 5% do salário que tinha sido cortado no ano de 2010 “é uma reposição faseada tal como todas as outras”.
O parlamentar socialista lamentou depois “a ideia de que tudo aquilo que esteja associado à atividade política tenha de ser anatemizado”. “É um mau princípio”, garantiu, deixando uma questão no ar: “Os membros dos gabinetes políticos são ou não pessoas que trabalham e que viram os seus rendimentos objeto de restrição até por duas vezes?”.
Pedro Delgado Alves recordou que estes trabalhadores foram alvo de um corte geral de 10% e também de um anterior de 5%. “Havendo a possibilidade de se fazer reposição remuneratória, ela deve fazer-se, como se fez em relação a todas as outras pessoas que têm rendimentos de trabalho dependente”, vincou.