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Programa da coligação assenta numa ficção

Programa da coligação assenta numa ficção

Os números hoje divulgados pelo INE, sobre o défice orçamental, tornam claro que o programa “fantasioso e aventureirista” da coligação PSD/CDS assenta numa ficção, disse António Costa no almoço-comício em Águeda.

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Programa da coligação assenta numa ficção

Para o Secretário-geral do PS ficou absolutamente claro que as contas do Governo “assentam numa ficção”, acusando a coligação de ter passado “mais um ano a disfarçar um problema que era indisfarçável”, uma vez que o Novo Banco e o programa de estabilidade apresentado em Bruxelas “foi por água abaixo e é hoje absolutamente insustentável”.

Segundo o líder do PS para que as contas daquele programa pudessem bater certo seria necessário uma “redução muito significativa do serviço da dívida” ao longo dos próximos anos, defendendo que Passos Coelho deve, “perante o programa insustentável que apresenta”, explicar aos portugueses quanto é que vai ter afinal que cortar nas pensões e aumentar os impostos para cobrir o “gigantesco buraco” aberto com as previsões que a maioria anunciou para o futuro.

António Costa lembrou ainda que as administrações públicas registaram um défice orçamental de 12.446,2 milhões de euros em 2014.

O INE, insistiu António Costa, vem agora “desmentir” a ideia do Governo de que o dinheiro injetado no BES era da banca e não dos contribuintes e do Estado

Em contrapartida e com um sinal oposto, salientou o líder socialista, o documento programático apresentado pelo PS no seu programa económico para as legislativas, um testemunho “prudente, conservador e moderado”, mantém-se sólido, credível e é a “base de confiança para a produção de uma nova política”.

António Costa aconselhou PSD/CDS a “meterem a viola no saco”, lembrando as perguntas que a maioria dirigiu ao PS sobre as suas perspetivas económicas, “perguntas que mereceram resposta detalhada”, pedindo que “nunca mais se atrevam a pôr em causa a credibilidade das contas apresentadas pelo PS”.

O maior fracasso e o maior lapso deste Governo

Também o dirigente socialista e cabeça de lista por Aveiro, Pedro Nuno Santos se referiu aos números hoje divulgados pelo INE sobre o défice orçamental de 2014, considerando tratar-se do maior fracasso e do maior lapso de Passos Coelho e da sua governação.

Segundo o INE, a capitalização do Novo Banco fez o défice orçamental de 2014 subir para 7,2% do Produto Interno Bruto (PIB), um valor que fica muito acima dos 4,5% anteriormente previstos.

Na reação aos dados do INE, o deputado Pedro Nuno Santos foi perentório ao afirmar tratar-se do maior fracasso e do maior lapso deste Governo PSD/CDS, constituindo uma “herança pesada” para um Governo do Partido Socialista, rejeitando a tese de Passos Coelho que, com o maior dos despudores, diz tratar-se apenas de um efeito “meramente estatístico” que não vai ter impacto na vida dos portugueses e nas metas orçamentais dos anos seguintes.

“Nunca ninguém ouviu Passos Coelho falar de efeitos meramente estatísticos”, lembrou o dirigente do PS, em relação ao défice de 2010, acusando a coligação de direita de ter “empobrecido o país, degradado os serviços públicos, aumentado a emigração e o desemprego”, tudo isto para no final apresentar um défice aos portugueses “praticamente igual ao de 2011” com a agravante de ter aumentado a dívida para níveis nunca antes observados em democracia.

Resta agora ao ainda primeiro-ministro, aconselhou Pedro Nuno Santos, explicar aos portugueses “para que é que serviu tanta austeridade, cortes na Função Pública e nas pensões, um enorme desinvestimento na educação e na saúde” e para que é que serviu ter empurrado para a emigração mais de 350 mil portugueses.

Lamentou que Passos Coelho seja “incapaz de assumir as suas responsabilidades” uma caraterística que o ainda primeiro-ministro tem vindo a patentear desde que há quatro anos assumiu a liderança do Governo, lembrando que a gestão do processo do Novo Banco é totalmente da sua responsabilidade e de “nenhum trabalhador que ficou desempregado, do jovem que teve de emigrar, do reformado que viu a sua pensão baixar ou de nenhum funcionário público a quem o Governo cortou nos seus vencimentos”.

E de pouco vale ao ainda primeiro-ministro tentar esconder-se atrás do governador do Banco de Portugal, disse ainda o dirigente do PS, porque ambos “deixam uma herança pesada”, garantindo que o PS “está pronto para governar e preparado para tirar Portugal do buraco deixado pela direita PSD/CDS”.