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Prioridade à prevenção dos riscos e meios reforçados no SNS

Prioridade à prevenção dos riscos e meios reforçados no SNS

O primeiro-ministro abriu hoje o debate quinzenal na Assembleia da República com uma intervenção, dando conta das medidas que o Governo já implementou com vista a proteger os portugueses e a tratar os infetados com o coronavírus, deixando ainda um agradecimento ao trabalho que o SNS está a empreender no combate ao Covid-19.

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Prioridade à prevenção dos riscos e meios reforçados no SNS

No Parlamento, António Costa enumerou hoje um conjunto vasto de medidas que o Governo tem vindo a tomar ao longo dos últimos dias, garantindo que os meios inicialmente ativados foram, entretanto, reforçados.

Numa semana em que foram confirmadas cinco pessoas infetadas em Portugal, três internadas em hospitais do Porto e uma no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, António Costa anunciou que estão já ativas medidas preventivas nomeadamente, como referiu, em relação aos voos provenientes da China e de Itália, garantindo que o SNS tem toda a “capacidade de resposta” para uma “eventual grande expansão” deste surto provocado pelo novo coronavírus, tendo ainda anunciado que o Governo vai lançar uma linha de crédito de cem milhões de euros para apoiar empresas com prejuízos provocados pelo vírus.

Depois de apelar a todos os portugueses para que mantenham uma apertada “vigilância”, adotando “comportamentos responsáveis” e não deixando nunca, como salientou, de ter a necessária “serenidade e confiança nas autoridades de saúde pública e no Serviço Nacional de Saúde”, António Costa garantiu que desde a primeira hora “tudo tem sido feito para que haja uma resposta adequada e para assegurar que nos preparámos o melhor possível para enfrentar esta epidemia”.

Os exemplos dos passos que o Governo tem vindo a dar para minimizar o impacto do coronavírus na sociedade portuguesa têm sido vários, lembrando o primeiro-ministro, a este propósito, a operação de repatriamento dos portugueses que se encontravam na cidade chinesa de Wuhan e a criação de condições para que esses cidadãos nacionais pudessem “permanecer em isolamento profilático durante 14 dias”, bem como no apoio diplomático prestado aos portugueses que se encontravam no barco atracado num porto japonês.

Constituída uma task force

Outro dos temas levantados por António Costa no debate tem a ver com a criação pelo Governo de uma task force para a doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19), tendo já sido para o efeito ativados “três hospitais de referência”, o Curry Cabral e o Dona Estefânia, em Lisboa, e o São João, no Porto, com o INEM a ter igualmente reservado ambulâncias exclusivamente “dedicadas para o transporte de doentes suspeitos de terem contraído o vírus”, havendo ainda um reforço da Linha Saúde24 com mais 100 enfermeiros e criada uma nova linha de apoio ao médico”, que se tem revelado, segundo o primeiro-ministro, “essencial no esclarecimento e aconselhamento aos profissionais de saúde, bem como na avaliação dos casos suspeitos”.

Outra das medidas, entretanto também já ativadas, ainda segundo o chefe do Executivo, tem a ver com a convocação do Conselho Nacional de Saúde Pública, órgão “vital para o enquadramento das decisões a tomar perante surtos epidémicos de grande escala”, com a Direção-geral da Saúde, por seu lado, a “emitir um conjunto de orientações técnicas relativas às medidas de prevenção, controlo e vigilância a adotar nesta fase”.

Ainda em relação aos meios inicialmente mobilizados, António Costa referiu que têm vindo a ser “progressivamente reforçados”, nomeadamente com quatro hospitais de “segunda linha e outros seis em estado de prontidão”, estando também já identificadas cerca de duas mil camas de isolamento, das quais “300 em cuidados intensivos”, para lá dos oito laboratórios “habilitados a realizar testes ao novo coronavírus”, sendo que o stock de medicamentos do SNS foi também reforçado em cerca de 20%.

O primeiro-ministro referiu-se ainda à publicação de um despacho onde se determina a obrigatoriedade de todos os serviços públicos elaborarem, no prazo de cinco dias úteis, “planos de contingência específicos à luz das orientações técnicas definidas pela Direção-geral de Saúde”, tendo ainda lembrado que o Governo aprovou uma iniciativa que permite salvaguardar os direitos laborais daqueles que, por razões de saúde pública, “não possam ou não devam comparecer nos respetivos locais de trabalho, por decisão de uma autoridade de saúde pública”, continuando esses trabalhadores a “receber o seu salário por inteiro”, tanto no setor privado como no setor público.

Impacto na economia

Quanto às implicações para a economia portuguesa, António Costa lembrou que o Governo vai divulgar até 15 de abril as “novas estimativas de crescimento para 2020 e anos seguintes”, e não “deixaremos de refletir este risco na projeção a apresentar”, reafirmando, em todo o caso, que a economia portuguesa “foi a que melhor resistiu à desaceleração económica de 2019”, sendo mesmo das poucas “cujo crescimento mais acelerou na parte final do ano”, o que permite que Portugal “encare a atual situação com serenidade”.

A este propósito, o chefe do Governo lembrou também que o ministro da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, “já teve oportunidade de reunir com as principais associações empresariais para fazer o ponto da situação e procurar formas de minimizar os efeitos desta epidemia”.