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Portugal vive hoje um novo tempo político

Portugal vive hoje um novo tempo político

O Parlamento ganhou centralidade, afirmou o presidente da Assembleia da República, elogiando o contributo do chefe de Estado para o reforço da confiança nas instituições democráticas.

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Portugal vive hoje um novo tempo político

Eduardo Ferro Rodrigues falava na sessão solene comemorativa do 43º aniversário do 25 de Abril de 1974, intervenção em que prestou homenagem ao Movimento das Forças Armadas e em que evocou as figuras do capitão Salgueiro Maia e do antigo Presidente da República e fundador do PS, Mário Soares.

Num discurso em que também não deixou de manifestar-se contra a banalização da extrema-direita, Ferro Rodrigues apontou que Portugal vive hoje “um novo tempo político”.

“Não há deputados dispensáveis ou partidos excluídos das soluções de governo. Todos contam para servir Portugal”, frisou, convicto de que a nova conjuntura política portuguesa “tem ajudado a essa revalorização do Parlamento enquanto instância de negociação democrática e de representação dos interesses dos portugueses”.

Depois de elogiar atuação de Marcelo Rebelo de Sousa como chefe de Estado, merecendo palmas sobretudo da bancada do PS, o presidente da Assembleia da República deixou também um apelo a todos os deputados, visando a preservação da saúde do regime democrático.

“Saibamos todos dar o exemplo e estar à altura do mandato dos portugueses. Saibamos todos, eu e todos nós, distinguir aquilo que são as legítimas e desejáveis clivagens democráticas, do que são as responsabilidades que temos perante as regras e o funcionamento das instituições da democracia”, disse, alertando para “a ameaça da extrema-direita, que continua visível em França”.

Indo ainda mais longe nas advertências, Ferro Rodrigues afirmou não existir “nenhum novo populismo”.

“Isto é a velha extrema-direita autoritária, nacionalista e xenófoba”, pontualizou, recebendo de novo palmas.

Em relação à presença de Portugal no espaço europeu, Ferro apelou à reforma das políticas europeias e deixou também aqui um aviso: ”Respeitamos os tratados internacionais e os nossos compromissos. Não damos mas também não recebemos lições de ninguém. Somos um dos raros países europeus sem ameaças de extrema-direita”, vincou.

Parlamento festeja bicentenário do constitucionalismo

No âmbito das comemorações da Revolução dos Cravos, o presidente da Assembleia da República anunciou que o Parlamento vai comemorar o bicentenário do constitucionalismo português, assinalando o triunfo das revoluções liberais no século XIX, e que vai criar um centro interpretativo.

Eduardo Ferro Rodrigues referiu que as comemorações serão presididas pelo antigo ministro e presidente do Tribunal de Contas Guilherme D’ Oliveira Martins, tendo defendido, na ocasião, que o Portugal de hoje “inscreve-se na tradição de liberdade iniciada há duzentos anos com as primeiras revoltas liberais”.

Ainda segundo adiantou Ferro Rodrigues, está em preparação a disponibilização do edifício da Casa Amarela, afeto à Assembleia da República, para a criação de um Centro Interpretativo sobre o Parlamento, com auditório, espaços interativos e livraria.