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Portugal quer euro comum mais do que moeda única

Portugal quer euro comum mais do que moeda única

Um dos debates essenciais a ter neste Conselho Europeu, que começou ontem e que termina hoje, sexta-feira, em Bruxelas, passa por uma discussão sobre o futuro da União Económica e Monetária, defendeu o primeiro-ministro, António Costa, à entrada para esta reunião dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia.

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António Costa espera “espírito construtivo” por parte do Conselho Europeu

Depois de destacar a “importante comunicação” da Comissão Europeia que, na opinião de António Costa, “abre um leque de oportunidades” para aprofundar a discussão sobre a zona euro, na perspetiva de a dotar, como referiu, de uma melhor “capacidade de convergência e de estabilidade”, o primeiro-ministro disse esperar que o Eurogrupo e o Ecofin “sejam mandatados” para que possam apresentar um ponto de situação do debate ao Conselho Europeu no próximo mês de março, para que esta instituição europeia possa “concluir este debate” no mês de junho.

Na opinião de António Costa, a reforma da União Económica e Monetária (UEM) configura um quadro absolutamente “fundamental para Portugal”, lembrando, a propósito, que há muito que vem defendendo que é decisivo para o equilíbrio da zona euro que o “euro seja mais uma moeda comum, do que uma moeda única”.

Brexit avança

Outro dos temas abordados neste Conselho Europeu foi sobre as negociações da saída do Reino Unido da União Europeia, mostrando-se António Costa satisfeito com o “bom acordo” entretanto alcançado nesta primeira fase sobre os direitos dos cidadãos europeus que vivem e trabalham no Reino Unido após a saída da Grã-Bretanha da União Europeia.

Para o primeiro-ministro português, este acordo “era essencial” para que se pudesse “criar um clima de confiança” e avançar para os outros dossiês que estão em cima da mesa, designadamente, os que têm a ver com as fronteiras entre a Irlanda e a Irlanda do Norte, e ainda sobre o “acerto de contas” entre ambas as partes, havendo nesta última matéria, ao que tudo indica, como sublinhou António Costa, um acordo que foi entretanto já alcançado na passada semana.

Depois de defender que estas negociações entre a União Europeia e o Reino Unido devem continuar a desenrolar-se como até aqui, ou seja, num “clima amigável”, António Costa mostrou-se satisfeito por se ter conseguido, “dentro do calendário previsto”, encerrar esta primeira fase das negociações, facto que é um “motivo de ânimo para todos nós” e que permitiu aos chefes de Estado e de Governo, como sustentou, “aprovar o avanço para a negociação de um acordo comercial entre as duas partes”.

Esta reunião do Conselho Europeu debateu ainda a problemática que envolve as migrações, tendo feito uma avaliação de como têm funcionado as respostas dos países da União Europeia a este fenómeno, lembrando que de imediato terão de ser encontradas soluções para o problema que envolve perto de 15 mil refugiados que ainda estão retidos na Grécia.

O primeiro-ministro referiu que Portugal tem tido sobre esta matéria “uma posição muito ativa”, acrescentando que o país vai, neste sentido, reforçar a sua contribuição para o fundo de desenvolvimento de África, tendo em vista, como aludiu, a “gestão dos fluxos migratórios”.