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Portugal pode demorar duas décadas a reduzir desemprego

Portugal pode demorar duas décadas a reduzir desemprego

Se não houver uma retoma com crescimento significativo, Portugal, a par da Itália, pode demorar duas décadas a reduzir a taxa de desemprego natural para os níveis pré-crise. Esta é uma das conclusões do relatório anual sobre a zona euro pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Os efeitos destrutivos da política de austeridade seguida nestes quatro anos traduzem uma realidade bem diferente do otimismo do Governo.

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FMI reconhece sucesso das mudanças estruturais no país

De acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego em Portugal estava nos 13,7% no primeiro trimestre do ano, quando em idêntico período de 2008 se tinha fixado em 7,6%. O FMI estima que o desemprego se mantenha acima dos 10% até pelo menos 2020. O pico foi atingido nos primeiros três meses de 2013, quando chegou aos 17,5%.

Esta projeção do FMI revela que o PS tem razão quanto aos resultados das políticas do Governo Passos/Portas de irem para além da troica. Um caminho que não pode ser prosseguido.

Para que Portugal tenha uma retoma com crescimento significativo que contrarie as previsões do FMI, é preciso pois, conforme defende o PS na sua Agenda para a Década e no programa para a legislatura, fazer diferente e fazer melhor, ou seja, “virar a página da austeridade e relançar a economia e o emprego”.

O PS defende no seu programa eleitoral que “é preciso focalizar as políticas ativas de emprego no combate ao desemprego jovem e no desemprego de longa duração, apoiando o emprego nos sectores de bens transacionáveis e nos sectores muito criadores de emprego”.

Só com uma mudança de rumo das prioridades da nossa economia, colocando o emprego como a causa das causas, conforme vem defendendo o secretário-geral do PS, António Costa, Portugal poderá contrariar as previsões do relatório do FMI e garantir um crescimento sustentado, significativo e duradouro capaz de gerar emprego.

De salientar ainda que o FMI avalia que a recuperação económica da zona euro está a ser alavancada pelo aumento da procura doméstica, pela baixa dos preços do petróleo e por uma moeda mais fraca, bem como pelo programa de compra de títulos de dívida do Banco Central Europeu.