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“Portugal pode contar com o PS para garantir a estabilidade de que precisa”

“Portugal pode contar com o PS para garantir a estabilidade de que precisa”

O Secretário-geral socialista, António Costa foi de uma enorme clareza quando, no passado sábado, enviou um recado a todos os partidos, de que estes não são tempos para “joguinhos políticos”, nem para calculismos e taticismos”, garantindo que o PS não se aproveitará das boas sondagens que lhe dão um conforto eleitoral para “abrir uma crise política”.

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“Portugal pode contar com o PS para garantir a estabilidade de que precisa”

Intervindo na abertura da reunião da Comissão Nacional do PS, onde começou por lembrar mais uma vez que a guerra contra a pandemia da Covid-19 “não está ainda ganha” e de reforçar a tese de que este “não é o momento para “calculismos e taticismos” de quem quer que seja, o Secretário-geral socialista fez questão de lembrar que o país enfrenta uma grave crise económica em consequência de “uma pandemia global”, sustentando que Portugal precisa de estabilidade para que o Governo encontre de novo, tal como aconteceu entre 2015 e 2019, a “capacidade de resposta à proteção do emprego e do rendimento das famílias”, preparar a “recuperação económica e social do país”, encontrar as melhores respostas para fortalecer ainda mais o SNS e responder “às múltiplas necessidades exigidas ao nível da proteção social e das empresas”.

Quando à conjuntura política, António Costa aconselhou os partidos, tanto à direita como os que estão à esquerda do PS, a não cometerem “esse gravíssimo erro” de confundirem a “bolha político-mediática” com o país real, ou seja, com aquilo que “são as necessidades das pessoas que continuam angustiadas”.

O líder socialista lamentou ainda que “alguns estejam à espera” de que a crise possa eventualmente desgastar o PS para, a seguir às eleições autárquicas, em outubro de 2021, “poderem pôr em causa a estabilidade política”, num recado claramente dirigido aos partidos à direita.

Já à esquerda, António Costa disse perceber que a escolha é deixar o PS sozinho, “à espera que nos juntemos à direita para nos acusarem depois de governar à direita”, cenário que o líder socialista aproveitou para garantir que “connosco não haverá lugar ao Bloco Central”, mas, pelo contrário, haverá “continuidade da política que seguimos desde novembro de 2015”, instando a que ninguém caia no equívoco sobre as condições de governabilidade, porque o PS, como salientou, “saberá assumir as suas responsabilidades, gerindo e enfrentando a crise”.

Para que não restem dúvidas, o líder socialista fez ainda questão de lembrar que, perante as várias propostas de alteração apresentadas na especialidade ao Orçamento Suplementar para 2020, “não foi o PS que votou ao lado do PSD, nem foi o PS que votou ao lado do CDS”, numa clara alusão ao facto de BE e PCP se terem aliado aos partidos da direita.

Garantindo que o PS não altera a interpretação que fez dos resultados eleitorais de outubro passado, António Costa reafirmou que é com os partidos à esquerda que “contamos para vencer esta crise”, mas advertindo que recusa aceitar que a “esquerda só se consiga entender quando está em causa saber se os salários sobem mais ou menos ou se vamos investir mais aqui ou ali nas medidas do Estado Social”, abdicando de ser capaz, como acrescentou, de “ter uma visão comum para o país sobre as bases de uma recuperação económica”.

Garantia de relação harmoniosa entre órgãos de soberania

O líder socialista e primeiro-ministro considerou ainda que a “grave crise” que o país enfrenta exige que o PS continue a dar um “contributo ativo” para que haja uma acrescida “relação harmoniosa” entre os diferentes órgãos de soberania, lembrando que combater a covid-19 não é só “combater no terreno da saúde, da prevenção da doença e do controlo da pandemia”, mas igualmente concentrar as atenções nas “consequências económicas e sociais” que a crise também acarreta, garantindo que o PS está “ciente da sua responsabilidade e do contributo ativo que tem de dar para a estabilidade do país”.