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Portugal mais pobre e desigual

Portugal mais pobre e desigual

Apesar da dissonância cognitiva deste Governo, Portugal tem vindo a aumentar os níveis de pobreza e as desigualdades na distribuição dos rendimentos ampliando o fosso entre as pessoas mais ricas e as mais pobres.

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Portugal mais pobre e desigual

Segundo o relatório ontem divulgado em Paris, pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico, Portugal ocupa a pouca honrosa posição de ser um dos países com maiores níveis de pobreza consolidada da OCDE.

O alerta desta organização internacional aponta ainda para o 7º lugar de Portugal como o país mais desigual entre os 34 da OCDE, e dos que apresentam maiores níveis de pobreza, salientando a organização que a desigualdade na distribuição de rendimentos, que atinge níveis recorde, é um dos principais entraves ao crescimento económico e um dos fatores que mais têm comprometido a saída da crise.

Neste relatório, a OCDE lembra que nos primeiros anos da crise a desigualdade de rendimentos antes de impostos e benefícios aumentou fortemente, tendo estes amortecido a subida.

“Nos anos mais recentes, enquanto a desigualdade de rendimentos antes de impostos e benefícios continuou a subir, o efeito de amortecimento abrandou, acelerando a tendência geral de aumento da desigualdade do rendimento disponível”, refere a organização.

Tal como o PS tem vindo a defender, também a OCDE aconselha o Governo português a criar mecanismos de apoio ao rendimento dos mais pobres, tanto para os trabalhadores como para os desempregados, advogando a promoção da igualdade de género e do emprego de qualidade, assim como o investimento na educação e na formação ao longo da vida, para além de propor o agravamento da carga fiscal sobre os mais ricos, como as soluções mais adequadas para que o país possa ultrapassar de forma sustentável os atuais níveis endémicos de pobreza.

Um dos efeitos mais negativos salientados neste relatório da OCDE aponta para o impacto negativo das decisões tomadas pelo Governo do PSD-CDS-PP, ao ter cortado de forma permanente e intensa nos apoios sociais, uma iniciativa que justifica, como acentua a estudo da OCDE, a quebra brutal nos níveis de rendimento das famílias mais pobres, expediente que aliás não foi seguido em praticamente mais nenhum outro país.

A propósito de toda esta conjuntura, também a Comissão Europeia, a exemplo do que o PS tem vindo igualmente a exigir, sugeriu ao Governo português, como forma de combater a pobreza, que inclua na sua estratégia governativa o aumento do RSI.

Tal como defendeu ontem em Paris o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, na apresentação deste relatório, que a ação política do Governo não deveria estar apenas cingida aos aspetos fundamentais da economia, mas também a atacar os problemas sociais e da desigualdade, evitando assim o enfraquecimento do tecido social, ajudando ao crescimento económico a médio e longo prazo.