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PORTUGAL FAZ HISTÓRIA

PORTUGAL FAZ HISTÓRIA

Os anos de ouro da democracia portuguesa, que identificava com o período da sua fundação, são já, claramente, os que estamos a viver. Esta fase da nossa vida democrática é, sem dúvida, mais rica do que a inicial, de construção, conseguindo-se resultados bem visíveis, a maioria deles mesmo históricos.

Opinião de:

PORTUGAL FAZ HISTÓRIA

A vida dos povos é cíclica. Tem altos e baixos. Períodos de maior ou menor fulgor. O Portugal de abril conhece, agora, o seu esplendor. Por variadas razões, que passo a enumerar. O crescimento de 2,8 foi obtido, como sublinhou o ministro das Finanças, a quem o país muito deve, com o défice de 2,1, o melhor de sempre, o que ainda é mais digno de registo. O mérito desse crescimento foi do Governo, acrescentou Mário Centeno. Passos procurou, também, reivindicar os louros dos 2,8, mas injustificada e imerecidamente. O anterior Governo só soube roubar os portugueses. Costa pôs fim a uma fase traumática. Tirar e piorar é o lema do PSD, como prova a sua posição contra a integração dos precários.

Opõe-se, porque se trata de melhorar as condições de vida de alguns portugueses. Dar, também não é com o PSD. É como eu digo – só tira e piora. Parece-me um partido sem massa crítica. Se a tivesse, Passos já não seria líder. Mas adiante. A saída do Procedimento por Défice Excessivo foi outro grande sucesso do país. Portugal faz história. O financiamento do Estado, das empresas e famílias deverá, a partir de agora, melhorar significativamente. Como disse o ministro da Economia, Caldeira Cabral, o Governo, que já conquistara a confiança dos cidadãos e investidores, conquistou, agora, a da Europa. O antigo slogan do PS, a Europa connosco, podia ser transportado para os tempos atuais. O primeiro-ministro afirmou que o resultado se conseguiu, virando a página da austeridade e que não se recupera a competitividade pela via do empobrecimento, palavras com destinatários certos, tornando incompreensíveis e desajustadas as felicitações de Marcelo a Passos. Mais um malabarismo do Presidente? 

Não é só pelos resultados económicos que me atrevo a dizer que a democracia portuguesa vive os seus anos de ouro. A parte política é tão ou mais relevante, até porque defendo o princípio de que a economia deve estar ao seu serviço e não o inverso, como, infelizmente, muitas vezes acontece. A atual solução política é também histórica e prenhe de resultados. O acordo de esquerda ocorre pela primeira vez em mais de 40 anos de democracia. E tem funcionado em pleno. É outro sucesso do país. E uma razão maior do esplendor de abril, de que já falei. É a solução que melhor responde aos anseios do povo. Há que preservá-la. Os sucessos são extensivos a outras atividades, como a música, a religião e o futebol. Pela primeira vez, o que também é histórico, fomos campeões europeus. E recebemos o Papa. Portugal não pode, todavia, deslumbrar-se. Os grandes países só se fazem com trabalho e humildade. Como disse Costa, se a bicicleta está a andar, temos que continuar a pedalar.