home

Portugal falha défice e diverge no crescimento

Portugal falha défice e diverge no crescimento

O Fundo Monetário Internacional (FMI) não acredita que Portugal consiga atingir este ano um défice das suas contas públicas abaixo dos 3%. Crescimento diverge da zona euro até 2020. Dívida pública vai manter-se como uma das mais elevadas do mundo.

Notícia publicada por:

FMI reconhece sucesso das mudanças estruturais no país

Confirma-se assim o cenário para o qual a missão de vigilância do Fundo já vinha a alertar desde que esteve em Lisboa no passado mês de março. Na altura fez fortes críticas às políticas de ajustamento do Governo de Pedro Passos Coelho.

De facto, e de acordo com as previsões de primavera do FMI, Portugal terá este ano um défice de 3,2%, acima das estimativas anunciadas pelo Governo, que apontava para um défice das contas públicas de 2,7%, violando assim e uma vez mais, tal como sucede desde o início desta legislatura, o Pacto de Estabilidade.

Também a dívida, e ainda segundo este relatório, será uma das mais altas da zona euro, com o país a divergir das restantes economias, pelo menos até 2020, ano em que Portugal não deverá crescer mais do que 1%.

Para o FMI, o país não irá cumprir, nem neste nem no próximo ano, a regra que estabelece que os países da zona euro com dívida excessiva (acima dos 60% do produto) tenham que reduzir o seu défice estrutural em pelo menos 0,5 ao ano.

Ainda segundo este relatório do FMI, a dívida pública portuguesa subirá este ano, podendo até 2020 conhecer um ligeiro abaixamento mas não deixando, contudo, de se manter “como uma das mais altas do mundo”.

Também a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) prevê menos crescimento e maior défice orçamental para Portugal, ao contrário do que tem sido veiculado pela propaganda dos partidos no Governo, estimativas que, ainda segundo esta organização internacional, “valem tanto para este ano como para o de 2016”.