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Portugal está hoje mais forte no centro da Europa

Portugal está hoje mais forte no centro da Europa

Houve quem se enganasse quando há três anos “antecipava que Portugal iria deslocar da Europa e partir rumo ao sul do Atlântico”, quando, em finais de 2015, o atual Governo assumiu responsabilidades políticas, afirmou o Secretário-geral do PS e primeiro-ministro, na sessão de encerramento do Congresso do Partido Socialista Europeu (PES), em Lisboa.

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Portugal está hoje mais forte no centro da Europa

Recorrendo a uma frase um dia proferida por Mário Soares, segundo o qual “só é derrotado quem desiste de lutar”, António Costa fez questão de sublinhar que o momento que Portugal hoje vive, económica e socialmente, ao contrário do prognóstico derrotista feito pela direita há três anos, de que “nos iriamos afastar dos padrões de desenvolvimento europeus”, é o de um país que está agora “mais do que nunca e mais do que no passado recente no centro da Europa”.

Quanto à União Europeia, o líder dos socialistas portugueses, depois de a comparar a uma família em que “cada um dos seus membros tem a sua individualidade”, manifestou satisfação por hoje haver, em quase todos os países europeus, uma prática política sustentada na “pluralidade de opiniões e soluções democráticas alternativas entre os europeístas”, algo que rotulou de “essencial”, lembrando a este propósito a desconfiança que o seu Governo levantou em finais de 2015, junto de alguns países da União Europeia, quando o PS assumiu o poder político com o apoio parlamentar de BE, PCP e PEV.

Quanto aos prognósticos da vinda do diabo e de males maiores do género que iriam afetar Portugal, António Costa lembrou que todos esses vaticínios caíram em saco roto, fazendo questão de sublinhar que ao invés e passados três anos “não só não partimos rumo ao sul, como continuamos a navegar no Continente europeu”, garantindo que graças às políticas sólidas e equilibradas do seu Governo, “estamos hoje mais no centro deste Continente do que estávamos há três anos” com o Governo das direitas, lembrando que foi possível “virar a página da austeridade sem romper com o euro”.

Segundo António Costa, Portugal está hoje “mais forte no euro”, graças não só aos méritos e às opções políticas tomadas pelo seu Governo ou por causa da presidência “muito positiva” do ministro Mário Centeno à frente do Eurogrupo, mas também porque nunca desistiu de lutar contra aqueles que defendiam que era preciso que “saíssemos da moeda única para nos libertarmos da austeridade”, ou dos outros que, pelo contrário, sustentavam que “nos tínhamos que sacrificar à austeridade para podermos continuar no euro”.

Política diferente

Para o primeiro-ministro, a realidade económica, mas também social, que hoje se vive em Portugal, é um exemplo para a Europa e para o mundo, com o “défice mais baixo da história da democracia portuguesa, com mais e melhores empregos, mais crescimento e mais confiança”, com o país a “convergir claramente e de novo com a União Europeia”, confirmando, deste modo, como salientou, que era possível “como sempre o dissemos”, ter políticas diferentes e obter melhores resultados do que seguindo a receita da austeridade.

Perante as quimeras que ainda se perpetuam na cabeça de muitos europeus, em relação aos eventuais benefícios do regresso às fronteiras nacionais e às políticas nacionalistas como o modelo mais adequado e justo de gestão dos países, ou também às receitas neoliberais, o Secretário-geral do PS considerou, ao invés, que a resposta séria para combater estas prescrições e derrotar os “medos dos cidadãos, passa pela “unidade europeia”.

Uma unidade, sustentou António Costa, que deve ser consubstanciada na defesa de uma “integração europeia com base nos valores da democracia, da tolerância, do modelo social europeu e do comércio livre regulado”, antecipando as próximas eleições europeias como determinantes e as “mais exigentes de sempre para os socialistas europeus”.

Afirmando conhecer as razões que levam muitos europeus a mostrarem receio relativamente àquilo que os rodeia e às críticas que apontam ao que o futuro lhes apresenta, receios que António Costa disse respeitar, lembrou, contudo, que a resposta não está no “fecho de fonteiras ou na expulsão dos estrangeiros”, nem tão pouco numa atitude de permanente “desconfiança do outro ou da opção em sair da União Europeia”.

O caminho, apontou, está numa resposta mais equilibrada, em “termos uma União Europeia com os nossos valores sociais-democratas”, sendo estes para o líder socialista, os “únicos capazes de responderem às necessidades dos nossos cidadãos”.

Sistema fiscal

Já na parte final da sua intervenção no encerramento do Congresso do Partido Socialista Europeu, que decorreu em Lisboa, durante dois dias, o Secretário-geral do PS trouxe à discussão o tema do sistema fiscal, defendendo que ele é e continua a ser “um instrumento fundamental para a redistribuição da riqueza e para o financiamento do Estado social”, designadamente para o melhoramento ou a construção de novas escolas, hospitais ou para o apoio social, sustentando que “nesta globalização, não podemos ter a ilusão de que cada um dos nossos países pode por si ser eficaz para eliminar os paraísos fiscais”, defendendo que a tributação só será eficaz se for feita em conjunto por todos os Estados-membros, de forma a “financiar um Estado social moderno”.