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Portugal e Colômbia estendem cooperação a novas áreas

Portugal e Colômbia estendem cooperação a novas áreas

Estáveis e promissoras, as relações bilaterais entre Portugal e a Colômbia solidificam e potenciam-se com a criação do Conselho Estratégico. António Costa fala de “intensidade das relações entre os dois países” ao Presidente colombiano, em visita oficial ao país, perspetivando que a cooperação entre as duas Repúblicas poderá e deverá estender-se a novas áreas como a agricultura, o turismo e as energias renováveis.

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O PRIMADO DA PESSOA HUMANA

O primeiro-ministro falava após a cerimónia de assinatura entre os governos português e colombiano de um protocolo para a criação do Conselho Estratégico, ocasião em que esteve acompanhado pelo Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos.

Segundo o governante português, este acordo é o resultado direto da estabilidade política nas relações entre os dois países e o reflexo da presença crescente das empresas nacionais no mercado colombiano.

Refira-se que o Conselho Estratégico – o terceiro assinado pela Colômbia, depois de o ter feito com França e México – será composto por personalidades de ambos países representativas dos setores privado, empresarial, cultural e universitário, que farão recomendações aos dois executivos para o aprofundamento das relações bilaterais.

Na sua intervenção, o primeiro-ministro destacou a presença de mais de quatro centenas de empresas nacionais no mercado colombiano, congratulando-se com a “grande estabilidade no relacionamento” entre Portugal e a Colômbia.

“Esta relação começou a ser construída há três governos”, lembrou, enfatizando que a consolidação “tem agora uma continuidade com o atual Governo” socialista.

Para Costa, independentemente dos governos e das mudanças políticas, é positivo constatar que a relação entre Portugal e a Colômbia se mantém “estável”.

Novas oportunidades de expansão

Por sua vez, o Presidente Juan Manuel Santos considerou que a Colômbia é o país mais estável da América Latina e que a consolidação do processo de paz “permite a expansão da economia”, através da abertura de “novas oportunidades” de negócios em áreas geográficas do território antes fechadas pela guerra civil.

Santos evidenciou igualmente que na Colômbia “há uma tradição de respeito pelos contratos” assinados e que o investimento atinge 27% por PIB (Produto Interno Bruto), sendo o mais alto da América Latina.

Depois, o chefe de Estado colombiano falou em oportunidades para o setor empresarial nacional nos domínios das infraestruturas rodoviárias e da modernização dos aeroportos (mais de 40 em vias de reconversão), mas, sobretudo, ao nível do turismo.

“Temos somente cinco milhões de turistas por ano. Penso que há imensas potencialidades para crescermos”, afirmou.

Neste capítulo, é de assinalar a assinatura entre Portugal e a Colômbia de um protocolo de cooperação na formação em turismo, área que o país de Juan Manuel Santos quer desenvolver.

Este protocolo, assinado pelo ministro português da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e pela ministra colombiana do Comércio, Indústria e Turismo, María Lorena Gutiérrez, sublinha a “importância da formação profissional para o desenvolvimento e sustentabilidade da atividade turística”.

Também vinca o interesse de ambos países em incentivar e desenvolver ações de formação e qualificação e de coordenar, reconhecer e levar a cabo ações de formação profissional.

Na mesma cerimónia, realizada no Ministério dos Negócios Estrangeiros, Portugal e a Colômbia assinaram também um acordo de cooperação triangular, envolvendo os dois países signatários em ações em benefício de países terceiros, visando promover ações conjuntas com países da África Lusófona, América Latina e Caraíbas.

Governar superando diferenças

Nesta visita, Santos apontou ainda Portugal como um exemplo “prático e esperançoso” de como se pode governar superando as diferenças mantendo “um Estado operante”.

“Vocês têm um tipo de Governo que na Colômbia descreveríamos como ‘variopinta’ (multicolorido), a que alguns prognosticavam um fracasso rotundo”, declarou Juan Manuel Santos, na cerimónia realizada na Assembleia da República em sua honra.

“Gosto de falar de paz em Portugal, porque esta é uma nação de alma pacífica, comprometida com as liberdades, com os direitos humanos (…)”, disse, frisando que apreciava especialmente de falar de paz no hemiciclo de São Bento], porque “aqui se respira o ar da convivência democrática e harmónica”.