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Portugal defende compromissos firmes na ajuda aos refugiados

Portugal defende compromissos firmes na ajuda aos refugiados

Se a Turquia incumprir o compromisso de acolhimento de refugiados, todo o acordo com a União Europeia estará em crise e a situação dramática que já se vive será agravada. Em Istambul, capital turca, durante a Cimeira Humanitária Mundial, o primeiro-ministro português e o antigo alto-comissário da ONU para os Refugiados apelaram ao honrar de compromissos pelas partes.

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Portugal defende compromissos firmes na ajuda aos refugiados

Segundo o líder do Governo de Lisboa, a fixação dos refugiados na Alemanha constitui um mau sinal sobre o estado da Europa.

Confrontado com a ameaça da Turquia de romper o acordo com a UE para o controlo do fluxo de refugiados, na sua maioria deslocados devido às guerras na Síria e Iraque, António Costa disse esperar que tal acabe por não acontecer.

“Esse acordo é de facto muito complexo, contendo uma série de equilíbrios e pressupostos”, referiu, o primeiro-ministro.

Sobre o processo de colocação de refugiados em Portugal, reconheceu a existência de dificuldades, parte das quais de tipo burocrático, aludindo também ao facto de uma grande maioria de refugiados pretender entrar na Alemanha e não em outros países da União Europeia, como Portugal.

“Também importa respeitar a escolha das pessoas. É natural que quem vem para a Europa prefira escolher imediatamente um país que dê perspetivas de maior crescimento económico e maior facilidade de obtenção de emprego”, explicou, para de seguida lembrar que “a Alemanha é hoje o país que representa o sonho de futuro para muito dos que acorrem à Europa”.

Aliás, “é um mau sinal do estado em que a Europa se encontra esta visão de que só a Alemanha é promissora de prosperidade”, advogou.

Em relação ao processo de colocação de refugiados no nosso país, António Costa salientou que, nesta crise, “Portugal tem procurado valorizar educação, sobretudo o Ensino Superior”.

Portugal é exemplo muito positivo

Por sua vez, ex-alto comissário António Guterres advertiu que a Cimeira Humanitária Mundial tem de assumir com urgência compromissos firmes na ajuda aos refugiados.

“O mundo está a assistir a uma multiplicação de situações humanitárias dramáticas, quer por causa de conflitos, quer em consequência de catástrofes naturais. Por todas estas razões, é essencial que haja um despertar de consciências e que os diferentes Estados possam fazer ofertas firmes de diversos tipos de ajuda, designadamente ajudas financeiras às vítimas e aos países que as apoiam na linha da frente, caso dos vizinhos da Síria e da Somália”, declarou.

E classificou também como essencial que os países se disponham a receber a reinstalar mais refugiados, que exista “uma maior solidariedade” e que haja a partir de agora capacidade de se assumir “uma responsabilidade coletiva em relação às trágicas situações que estamos vivendo”.

Neste contexto, o também candidato a secretário-geral das Nações Unidas deixou um elogio à atuação do Governo português em matéria de refugiados.

“É para mim muito reconfortante ver que Portugal tem tomado nesta cimeira uma atitude muito positiva e que essa atitude tem sido confirmada na prática pelas decisões tomadas no sentido de serem recebidos mais refugiados”, finalizou.