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PORTUGAL AGRADECE

PORTUGAL AGRADECE

O primeiro-ministro disse, há poucos dias, que o país tem ganho muito com o bom relacionamento entre o Governo e o Presidente da República. A afirmação foi proferida, a propósito do primeiro ano de Marcelo Rebelo de Sousa em Belém, que hoje se completa.

Opinião de:

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Tomou posse a 9 de março. Tem sido, até agora, um bom Presidente, agindo em função do que considera melhor para Portugal. E o país deve estar sempre primeiro. Mas prefiro o estilo do primeiro-ministro. Aprecio mais a serenidade de António Costa do que a exuberância de Marcelo Rebelo de Sousa. A dupla Costa-Marcelo, bem melhor do que a de Passos-Cavaco, como já escrevi, deveria ficar uns bons e largos anos à frente do país, que só ganharia com isso. A estabilidade, que o Presidente sempre defendeu, com particular ênfase durante a sua campanha, é condição sine qua non para a prossecução de qualquer política. As legislaturas e os mandatos devem cumprir-se.

Não podemos andar sempre a mudar de atores e protagonistas principais. Acresce que Passos Coelho e Assunção Cristas não são solução. Nem de perto nem de longe. O primeiro é o rosto da austeridade, que ninguém quer, porque mata, como diz, e bem, o Papa Francisco. A segunda, apesar de se chamar Cristas, não é capaz de andar na crista da onda. Razão tem António Costa, quando diz que são precisos nervos de aço e sangue-frio com a nossa oposição. Anda irritada, em vez de se congratular, com os sucessos do país! O bom relacionamento entre o primeiro-ministro e o Presidente da República é um imperativo nacional. A guerrilha institucional descredibiliza a política e não serve ao país, como costumo dizer. Tenho feito uma crítica a Marcelo Rebelo de Sousa, parece-me com algum fundamento – a sua excessiva exposição, associada à tentação presidencialista. Talvez lucrasse em ser menos frenético, mas, rebatendo esta observação, diz que cada Presidente da República tem o seu estilo.    

A nossa direita atual, que deve bastante à inteligência, acalenta a esperança de que Costa seja apenas um aliado de circunstância de Marcelo, e que este, mais tarde ou mais cedo, corra com o primeiro-ministro. Tenho a sensação de que se trata de mais uma previsão falsa. Tal como a vinda do diabo, a nova crise que vinha aí, a curtíssima duração do acordo de esquerda e outras, em que o PSD e o CDS são tão pródigos. Ainda há dias, o Presidente dizia que a atual solução de Governo parece de cimento armado! E para correr com Costa teria de dissolver o Parlamento.  E mesmo assim não era certo, porque novas eleições deveriam confirmar o PS, provavelmente com maioria absoluta. Claro que estas hipóteses miríficas só passam pela cabeça da nossa direita estúpida e não da do Presidente Marcelo, que é um homem inteligente. Até agora, tem sido herói. Não creio que queira passar a vilão. Mantenha a paz institucional em que o país vive. Portugal agradece.