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Pontes para novas liderança

Pontes para novas liderança

Este sábado dia 18 de Março vai ter lugar nos Açores, ilha de São Miguel, na cidade de Lagoa, a Conferência "Estratégias Europeias para a Igualdade de género", uma organização do Departamento Nacional das Mulheres Socialistas (DNMS). Um debate que pretende mostrar outros caminhos para a igualdade de género, seja na dimensão regional, em setores como a robótica, a linguagem de género e energia. Outros ângulos de um tema que diz respeito a todos.

Opinião de:

Pontes para novas liderança

Vão estar presentes nesta iniciativa mulheres e homens líderes onde irão partilhar opiniões e experiências. Com oradores como a Secretária de Estado para os Assuntos Europeus, Margarida Marques; a Edite Estrela, ex-eurodeputada, atual deputada à Assembleia da República e Presidente da Comissão Política do DNMS; Andreia Carreiro, Diretora Regional da Energia; e a Presidente de Câmara da cidade anfitriã deste evento, Cristina Calisto Decq-Mota. Estarão ainda presentes homens que apoiam a causa da igualdade, como Porfírio Silva, Secretário Nacional para a Educação e Tecnologia e Rui Bettencourt, Secretário Adjunto da Presidência para as Relações Externas. Este evento contará, claro, com a presença de Elza Pais, Presidente do DNMS e arquiteta e líder deste projeto de Novas Lideranças. A participação do Presidente do Partido Socialista, Carlos César,  valoriza a Conferência e dá um sinal claro da importância que o PS atribui à problemática da igualdade de género.  

As Novas Lideranças para as mulheres são um desafio que vai para além do género. As capacidades de liderança são desenvolvidas através de um processo transformacional, interno, mas também é um processo interativo, com quem nos rodeia, com um propósito definido e de ação. Não basta uma mulher ter capacidades, desenvolvê-las, e até ter a vontade de avançar para a esfera pública, para desempenhar um papel de ativismo social e político. Há que criar pontes que lhes deem voz.  É essencial haver modelos de liderança feminina para as mentalidades evoluírem e contribuir para a mudança do statu quo para que todos os géneros tenham assento de liderança com base no mérito e para além das quotas.

A capacidade de liderança só cresce a par das oportunidades que são dadas. A liderança feminina necessita ainda de quebrar a barreira cultural que lhe é imposta. Ultrapassar testes e provas redobradas de forma a estabelecer credibilidade numa sociedade que vive num conflito permanente de género, onde há intenção de integrar as mulheres, mas a resistência em ceder o lugar dos homens. 

É essencial debater ideias e que destas emanem políticas de igualdade. E é essa oportunidade que esta iniciativa organizada num arquipélago que representa a ponte entre continentes pretende criar, nomeadamente um debate sobre as pontes para mais lideranças no feminino. As políticas devem liderar a mudança de mentalidades para que daí se possa avançar para uma efetiva mudança. 

Este “gap” de igualdade divide hoje o acesso a oportunidades, sendo que a porta de entrada para as mulheres ora está fechada ora é incrivelmente mais difícil de passar, com testes multiplicados, aos vários níveis de cargos de liderança. Esta dificuldade acresce quando as oportunidades são mais escassas, como aconteceu em tempos de crise na Europa e no nosso país, que teve como consequência o aumento do desemprego feminino. 

Cabe aos responsáveis políticos criar pontes através de medidas e através do exemplo de valorização das Mulheres em lugares de liderança, seja nos seus órgãos internos partidários e seja nos vários níveis de governação política.  Só assim seremos capazes de cumprir uma missão que é na sua génese socialista e humanista, por uma sociedade igualitária, justa, inclusiva, assente em novas lideranças.