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Plano para Grande Lisboa passa por “testar mais, isolar e prevenir surtos”

Plano para Grande Lisboa passa por “testar mais, isolar e prevenir surtos”

A ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública mostrou-se hoje convicta de que as medidas adotadas para a região da Grande Lisboa “começarão, em breve, a dar resultados” e frisou a importância de uma remuneração a 100% aos infetados por Covid-19 para que fiquem em casa, não se tornando num “veículo de transmissão”.

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Administração Pública é “preocupação primordial”

Alexandra Leitão, que substituía o presidente do PS, Carlos César, no programa semanal da rádio TSF ‘Almoços Grátis’ de hoje, recordou que o Governo afirmou, quando começou a fase de desconfinamento, que iria monitorizar e poderia “ter que fazer ajustamentos a esse processo em função das circunstâncias”.

“E estando, neste momento, a situação em Lisboa com mais casos de contágio do que no resto do país”, o Executivo entendeu que esta zona não deveria passar para a terceira fase de desconfinamento, ao contrário do que sucedeu no resto do país, explicou a governante.

A ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública frisou que está a haver um aumento da testagem na região de Lisboa. “Se houver algum caso positivo, isolar essa pessoa e, dessa forma, ter uma intervenção preventiva sobre os surtos”, este é o método que está a ser adotado.

“Estamos convictos que muitas das coisas que estão a ser feitas há cerca de seis dias, desde que não se passou para a terceira fase de desconfinamento em Lisboa, começarão em breve a dar resultados”, asseverou.

A ministra revelou que amanhã será feita “uma reavaliação das várias medidas de desconfinamento que não avançaram em Lisboa com base nos dados que estejam disponíveis, mas a ideia é testar mais, isolar e prevenir surtos”.

Alexandra Leitão defendeu depois que é importante atribuir a remuneração total aos infetados, “para que as pessoas aceitem ficar em casa”, aliás, “têm que ficar, o isolamento profilático implica ficar confinado em casa, para que depois não seja um veículo de transmissão”.

“Entrámos nesta situação de crise pandémica com um excedente das contas públicas e com uma situação económica e financeira” excelente, “provavelmente a melhor da democracia”, o que “permite que o Estado chegue agora a uma situação excecional e imprevista, nova para todos à escala global”, investindo na economia, mencionou a ministra, que rejeitou medidas de austeridade, porque “retiram rendimentos às pessoas”.

“Numa fase de crise, numa fase em que o mercado por natureza não consegue responder sozinho, o Estado tem que ter um papel de pilotar a retoma” com investimento público, afiançou a responsável pela pasta da Modernização do Estado e da Administração Pública, que não excluiu aumentos na função pública no próximo ano, apesar de ser difícil.

Escolha de António Costa Silva baseada na competência científica e técnica

No programa da TSF também se falou sobre a escolha de António Costa Silva para ajudar no plano de recuperação económica. Alexandra Leitão garantiu que “não estamos nem perante um substituto dos ministros, nem perante um ‘paraministro’” e sublinhou que “o despacho de nomeação do professor António Costa Silva saiu hoje em Diário da República e é bem claro quanto à tarefa que lhe é acometida”.

A escolha por parte do Governo de António Costa Silva recaiu na “sua competência científica, técnica, académica”, apontou a governante, o que irá a ajudar a fazer “um programa transversal”, e salientou que, “naturalmente, serão os ministros a coordenar, a executar, a negociar, a desenvolver”.

Sobre a situação que se vive nos Estados Unidos da América, com protestos e violência nas ruas depois de o cidadão George Floyd ter morrido às mãos de um polícia de Minneapolis, Alexandra Leitão mostrou-se preocupada com a situação de “violência policial” naquele país, “uma violência que é racista e xenófoba”, o que “infelizmente não é propriamente uma novidade”.

“O que é novidade, e representa esse retrocesso civilizacional, é que temos na presidência dos Estados Unidos alguém que não só aceita, como até promove e incita alguma desta violência”, algo que é “grave para os Estados Unidos e para o mundo”, lamentou.

Segundo a ministra, em Portugal “estamos num momento muito diferente desse”, mas não esconde que lhe suscitam “alguns receios um partido como o Chega ter chegado nas últimas sondagens a terceira força política, embora a enorme distância das outras duas forças políticas democráticas”.

“Eu nunca afasto preocupações nessas matérias, o populismo tem uma característica que é muito mais fácil do que o seu oposto: é muito mais fácil dizer às pessoas aquilo que estão às vezes nos seus instintos mais primários e ir ao encontro deles, do que propriamente fazer discursos construtivos e não estigmatizantes”, concluiu.