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Página da pandemia vai ser virada com a aposta na economia e na justiça social

Página da pandemia vai ser virada com a aposta na economia e na justiça social

O vice-presidente da bancada do PS Miguel Costa Matos asseverou hoje, no Parlamento, que “está na hora de retomar a confiança” e, para “além de responder às feridas do imediato” causadas pela crise pandémica, “temos de construir o futuro da nossa economia e do nosso país”, apostando no reforço das respostas sociais, numa economia mais verde e na erradicação das desigualdades.

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Página da pandemia vai ser virada com a aposta na economia e na justiça social

O deputado socialista frisou, no período das declarações políticas, que “o caráter de uma nação mede-se nos tempos de adversidade” e, no ano em que enfrentamos uma pandemia, “mostrámos a coragem de um povo que se adaptou e de empresas que se reinventaram para proteger a saúde de todos. Conhecemos um Estado que soube responder e que se soube preparar, e construímos solidariedade, pública e privada, para ajudar os muitos que dela precisam”.

Agora, “está na hora de retomar essa confiança” e de “acreditar que o próximo ano será o início da recuperação dos afetos e da nossa economia”, defendeu.

Miguel Costa Matos congratulou-se por a ciência ter descoberto várias vacinas contra a Covid-19, “num processo que habitualmente dura anos”, e por, “ultrapassando impasses e preconceitos”, ter sido possível “unir a Europa à volta da sua aquisição e do financiamento inédito da recuperação”.

“Entramos agora numa nova fase dessa cooperação”, já que, até ao final do ano de 2020, se antecipa a “aprovação da primeira vacina, a que se seguirão outras mais” disse o deputado do PS, que garantiu que se trata de “vacinas seguras e eficazes, gratuitas e acessíveis, distribuídas por toda a Europa ao mesmo tempo, de forma proporcional”. O Serviço Nacional de Saúde tem-se preparado para administrar estas vacinas, “com um plano sólido e justo com prioridades estabelecidas”, vincou.

O processo de vacinação será “necessariamente gradual, que nos permitirá, progressivamente, começar a respirar outra vez”, explicou Miguel Costa Matos, que deixou um alerta: “Mas, por algum tempo, ainda com máscara, ainda a aplicar medidas de contenção e prevenção da pandemia, um virar de página que exige de todos nós responsabilidade e paciência”.

O também secretário-geral da Juventude Socialista, eleito no passado fim-de-semana, defendeu depois que, “enquanto formos virando a página da pandemia, vamos ter que continuar a escrever novos capítulos no apoio à economia”, tal como tem sido feito paulatinamente, “evoluindo na mesma forma que as dificuldades se têm feito sentir, num enorme esforço que até agora se traduz em 29 mil milhões de euros”.

Miguel Costa Matos recordou que “Portugal foi o primeiro país a apresentar à Comissão Europeia o seu Plano de Recuperação e Resiliência”, que está a ser negociado “sem perder tempo”. Este “plano de investimento público e privado, não para regressar ao passado, mas para vencer o futuro”, é uma “oportunidade para superar os obstáculos que bloqueiam o nosso desenvolvimento há demasiado tempo”.

Caminhos mais verdes e mais inovadores para o país

O Governo e o Partido Socialista escolheram os novos caminhos para o país: “Caminhos mais verdes, mais inovadores e de maior justiça social, caminhos que garantirão um futuro melhor para o nosso país e, em particular, para os mais jovens”.

Miguel Costa Matos lembrou que esta geração mais jovem, na qual está inserido, “já viu uma crise económica antes”, durante o período de governação PSD/CDS, “uma crise económica que lhes adiou os sonhos, em que lhes foi sugerido emigrar”.

O Executivo também vai apostar numa “indústria que se posicione e cresça na reconfiguração mundial das cadeias de valor” e numa “economia do conhecimento, onde empresas e ciência sejam parceiras”, frisou.

“Para isso, vamos precisar de superar o nosso maior défice secular – o das qualificações –, de capitalizar as nossas empresas e reforçar as nossas ligações transfronteiriças, mas sobretudo no interior”, assegurou o deputado do PS.

Miguel Costa Matos recordou ainda o “saudoso João Vasconcelos” e a sua visão de um Portugal digital, “onde as empresas sejam apoiadas na sua transição, onde a administração pública use a tecnologia para facilitar a vida dos cidadãos e a escola digital esteja mesmo ao alcance de todos”.

“Queremos ser um país que lidere a transição verde, que a torne justa e faça dela crescimento, valorizando a nossa floresta, protegendo os recursos hídricos, descarbonizando os nossos transportes públicos, ganhando eficiência energética e conquistando mercado na economia circular”, afirmou.

Para o vice-presidente da bancada socialista, chegou a “hora de reconhecer que as desigualdades são não só injustas, como um empecilho ao crescimento, que a austeridade acentua as desigualdades e desfavorece o crescimento”. “Precisamos de eliminar a pobreza e reforçar as respostas sociais. A habitação tem de ser um direito e não matéria de especulação. E, além destes tempos de pandemia, vamos precisar de capacitar o Serviço Nacional de Saúde”, concluiu Miguel Costa Matos.