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Olhar a Jota

Olhar a Jota

Andamos por aqui a dar gás ao governo, a olhar para as eleições autárquicas, a fazer as guerras habituais dos partidos e nem sequer nos damos conta que a Juventude Socialista está a dias do seu congresso nacional e da mudança de liderança.

Opinião de:

Olhar a Jota

Somos uns pais tiranos, uns desatentos avós perante essa nossa herança, essa gente que um dia nos encaixará nos “centros de dia” da política, embrenhados em jogos de sueca e programas do Gouxa. 

A Juventude Socialista é demasiado importante para a deixarmos andar à solta sem lhe darmos atenção. 

O João Torres, herdeiro da quarta dinastia de lideranças, passa agora aos andares de cima da decisão. Nada que o atormente, mesmo que ainda procure, como aconteceu com todos os seus antecessores, o lugar certo para dizer as coisas adequadas que não sejam só de política geral. E segue Ivan Gonçalves, um quadro valioso ainda circulante entre o voluntarioso trabalho partidário e a escolha da sua linha de rumo. 

O que liga estes dois que nos últimos tempos partilharam opções e vidas? Duas características – são bem preparados e finos como alhos. 

Mas o que mais me inquieta, por estes dias, é o facto de não ter ainda verificado o movimento que se impõe em tempos de congresso. Onde estão aquelas duas ideias que nos põem a cabeça a andar à roda? Onde estão as frases sonantes e os gestos atrevidos que nos fazem ser oposição, não porque discordemos, mas porque nos inquietam a nossa paz dos anjos?

Esse é sempre o lado que põe muita gente (por vezes eu próprio) a pensar se deveria existir JS…

Mas ela existe e nada há a fazer que não seja continuar a fazer dela a melhor das estruturas de juventude. 

Vou estar atento esse tal congresso. Porque quero saber quem vai andar por aí a fazer a cachola dos adolescentes, o que lhes vão causar para além de uma forma de falar que Pedro Delgado Alves criou e que parece ter assumido a regra. Quase nos fulminam com a velocidade discursiva, quase nos provocam um curto-circuito nas meninges por não sermos dotados de elementos cognitivos (onde ouvi eu isto?) para tanta imaginação retórica. 

Este texto foi escrito olhando para uma medalha que me diz que sou “militante honorário” dessa coisa chamada Jota. E é por isso que me permito transferir essa honorabilidade para este tom paternalista que engreno nestas palavras. Não fora assim e cada um dos leitores me transferiria a velha máxima – estás xexé. 

Não penso estar, mas estou feliz por estar a ver acontecer mais um conclave máximo da minha JS.