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O REGRESSO À NORMALIDADE

O REGRESSO À NORMALIDADE

Tranquilidade. É este o termo que me ocorre para definir o estado atual da sociedade portuguesa. Os portugueses andam menos tensos e mais descontraídos, ainda que preocupados quando ao que o futuro lhes reserva. Para esta descompressão social muito têm contribuído o presidente da República e o primeiro-ministro, cujas caraterísticas pessoais e atitude política inspiram confiança.

Opinião de:

O REGRESSO À NORMALIDADE

Há muito que a abertura do ano escolar não decorria com tanta normalidade. Para trás ficaram as trapalhadas do tempo do ministro Crato. Este ano, os professores foram colocados a tempo. As escolas abriram nos prazos previstos e muitas delas puderam receber os membros do governo que as haviam frequentado. E também para alunos e encarregados de educação o início das aulas deixou de ser um drama. Pela primeira vez, os manuais escolares foram distribuídos gratuitamente aos alunos do primeiro ano do primeiro ciclo. Medida que será alargada nos anos subsequentes. 

Em boa verdade, a normalidade mais não deveria merecer que uma nota de rodapé. Mas, nos últimos anos, a instabilidade foi a regra e a estabilidade a exceção. E convenhamos que não é fácil acomodar uma comunidade tão complexa como a educativa: mais de um milhão e meio de alunos, mais de 100 mil professores, mais de oito mil estabelecimentos de ensino e um corpo não docente de mais 70 mil elementos…   

Em flagrante contraste com este ambiente distendido, os partidos da direita apresentaram-se ontem, na “rentrée” parlamentar, muito crispados, com uma inusitada agressividade nas palavras e no gesto. Mau prenúncio. A intervenção de Alexandre Quintanilha sobre a importância da educação e do conhecimento foi, pelo tema e pela forma, o bálsamo salvífico. 

Antes do recomeço da atividade parlamentar, já as diversas forças políticas haviam feito aquilo que se convencionou chamar “rentrée política”. Pedro Passos Coelho anteviu o diabo e voltou a ameaçar com um qualquer desastre iminente. Assunção Cristas anunciou a sua candidatura á Câmara de Lisboa e entalou o seu ex-parceiro de coligação.  O distanciamento entre centristas e social-democratas ficou uma vez mais patente no diferendo entre Barroso e a Comissão Europeia (CE), com Paulo Rangel a atacar a CE e Nuno Melo a defendê-la.

O PS canalizou as suas energias para o debate de ideias. A Juventude Socialista promoveu, em Braga, uma Conferência sobre Jovens e Polític@s, em que participaram académicos e políticos, socialistas e independentes. O Departamento Nacional das Mulheres Socialistas organizou no Funchal a sua escola de verão, subordinada ao mote “Lideranças”. Este fim de semana, os socialistas reúnem-se numa grande conferência, em Coimbra, cujo tema “Desigualdade, Território e Políticas Públicas” fala por si. Enquanto uns perdem tempo com jogadas e previsões catastrofistas, os socialistas debatem os problemas dos portugueses, procuram soluções para reduzir as desigualdades e construir uma sociedade decente.