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O Governo do Facto Consumado

O Governo do Facto Consumado

Esta semana foi exemplar como demonstração de um modelo de governação prepotente que aposta tudo na consolidação de decisões para as quais dispõe de competências legais mas absoluta ilegitimidade política a três meses de eleições.

Opinião de:

O Governo do Facto Consumado

Tivemos como pináculo da estratégia de delapidação de ativos nacionais estratégicos a festa da assinatura do contrato-promessa de venda da TAP.

 O “negócio” está ainda pendente da apreciação pelo Tribunal de Contas, pela Comissão Europeia e pelos tribunais administrativos mas a cerimónia  foi um êxtase do espirito “vamos dar corda aos sapatos” e depois logo se vê se é irrevogável. Os concorrentes conhecem a posição do PS e assumem o risco.

Na Assembleia da República a maioria tornou a avaliação do mérito de Carlos Costa para ser reconduzido uma formalidade pactuando com a ocultação da auditoria interna à gestão do caso BES e considerando normal a extensão do mandato até 2020 a menos de três meses de eleições.

Numa verdadeira corrida contra o tempo, hostilizando as autarquias e desprezando a expressão da vontade popular nas eleições próximas ,foi anunciada a decisão de sub-concessão da Carris e do Metro anunciando-se a assinatura de mais este contrato para meados de julho.

A deriva atinge laivos de delírio quando o Governo vai ainda tentar aprovar uma nova Lei de Enquadramento Orçamental para vigorar plenamente em 2019.

Perante tudo isto o Presidente da República declara-se aliviado provavelmente por comprovar como são preciosos estes últimos meses que concedeu ao seu Governo contra a vontade generalizada de que as eleições se realizassem no início do Verão para que o Orçamento para 2016 fosse discutido em período normal.

Aparentemente a única área profissional que conseguiu travar a excitação do Governo foi a dos bailarinos da Companhia Nacional de Bailado que com um mero anúncio de greve para julho travaram a aprovação do novo estatuto profissional.

É urgente chegar às eleições para consumar o despedimento do Governo.