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Novo modelo estratégico afirma Caixa como instituição de referência

Novo modelo estratégico afirma Caixa como instituição de referência

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) terá mudanças profundas que vão passar por novos modelos de governo, de negócio e de capitalização, e pela nomeação de uma nova administração, anunciou ontem o ministro das Finanças. Hoje, Mário Centeno revelou também que o Executivo incumbiu a nova administração da CGD de abrir uma auditoria independente aos atos de gestão do banco praticados a partir de 2000, esperando que assim possam ser esclarecidas todas as dúvidas e contida a “perturbação” lançada sobre a instituição.

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Sobre o modelo futuro que o Governo defende para a CGD, Mário Centeno, em conferência de Imprensa realizada na quarta-feira, afirmou que este tem de passar por um paradigma que diferencie o banco público, “enquanto elemento fundamental do sistema financeiro português”, de forma a “contribuir para a credibilidade e estabilidade do sistema”, através de procedimentos exigentes, uma “prudente avaliação de riscos e pela implementação de uma rigorosa política de observância das normas legais”.

Depois de classificar a CGD como uma “instituição de referência” no sistema financeiro e “parceiro de desenvolvimento na economia”, pressupostos que, segundo o ministro das Finanças, deverão ser reforçados através da introdução e desenvolvimento de um conjunto de alterações ao nível da governação, designadamente, como um “novo plano de capitalização e de negócios”, Mário Centeno foi claro ao afirmar que estes são desígnios fundamentais para dotar o sistema financeiro das “condições necessárias para garantir a sua sustentabilidade e solvabilidade”.

O ministro das Finanças referiu-se ainda a eventuais saídas de pessoal que, a acontecerem, referiu, dar-se-ão no âmbito de acordos amigáveis, recusando que haja um qualquer plano do Governo ou da administração da CGD para despedimento de trabalhadores.

Novo modelo de governação

Em relação ao novo modelo de governação proposto pelo Governo, Mário Centeno afirmou que ele deverá “garantir uma gestão adequada do risco” e uma capacidade de “concretização dos objetivos definidos”, quer no plano de negócios, quer de capital.

Quanto ao plano de negócios, Mário Centeno afirmou que a CGD deverá desenvolver um “plano sustentável”, com base num critério “exigente de solvabilidade”, com o pressuposto de “obter resultados líquidos positivos sólidos” de forma sustentada e ao “longo dos próximos cinco anos”, para que se possa assumir de facto como um “parceiro privilegiado no projeto de desenvolvimento da economia portuguesa”.

Linhas estratégicas

De forma sucinta, Mário Centeno referiu-se ainda às cinco linhas estratégicas que o Governo pretende promover na CGD. Desde logo manter o banco na sua posição de liderança no mercado doméstico, com o enfoque prioritário nos seus clientes particulares e no setor empresarial, com destaque para as empresas de pequena e média dimensão, que o Governo qualifica como sendo o “motor fundamental para o desenvolvimento e internacionalização” da economia portuguesa.

Outra das medidas passa por aumentar a eficiência operacional da Caixa e simplificar a estrutura “complexa do grupo”, para que se torne “mais eficiente e adequada aos desafios e à missão estratégica que se pretende definir”. 

O ministro das Finanças adiantou ainda, e por fim, mais três linhas estratégicas que o banco terá de adotar de futuro, medidas que passam por assegurar que o investimento na CGD será recuperado num período relativamente curto de tempo, pelo reforço dos níveis de capital para que a CGD possa aceder a financiamento a custos mais reduzidos e assim poder financiar a economia portuguesa, e adotar um novo modelo de gestão profissional, independente e responsável que “garanta o cumprimento do exigente plano em discussão”.