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Não há “plano B” ao Montijo e recomeçar do zero terá custos muito grandes para o país

Não há “plano B” ao Montijo e recomeçar do zero terá custos muito grandes para o país

O primeiro-ministro diz-se “perplexo” com a posição do PSD em relação ao aeroporto do Montijo, reafirmando que “não há plano B” e que recomeçar do zero “teria custos muito grandes para o país”.

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Não há “plano B” ao Montijo e recomeçar do zero terá custos muito grandes para o país

Para António Costa, que falava esta manhã à entrada para o Conselho de Ministros descentralizado que decorreu em Bragança, reabrir a discussão sobre o novo aeroporto para a região de Lisboa, num momento em que é por todos reconhecido que o aeroporto Humberto Delgado já não responde às necessidades da procura, é não só estar a “recuar sete anos e a recomeçar do zero”, como a abrir um novo debate com “custos grandes para a economia”, apelando à responsabilidade de todos para que esta obra de “grande importância para o país” não seja novamente adiada.

António Costa lembrou que o PS, em vez de contestar e de pôr em causa a solução Montijo, proposta pelo anterior Governo de direita, liderado pelo PSD, “optou por aceitar a solução com toda a humildade”, dando seguimento às decisões que, entretanto, tinham sido tomadas.

O primeiro-ministro mostrou-se, por isso, dececionado com a posição do PSD, quando afirmou não estar disponível para alterar a lei que permite a qualquer uma das autarquias da região vetar o avanço do projeto, voltando António Costa a lembrar os inúmeros estudos feitos que demonstraram a “viabilidade ambiental da solução Montijo”, mas também as várias reuniões feitas entre o Governo e os diversos partidos políticos sobre esta matéria, lembrando que a posição assumida inicialmente pelo PSD era a de que o Executivo socialista “andava a perder tempo ao não executar imediatamente uma decisão que tinha sido tomada pelo governo da sua cor política”.

Ainda hoje, lembrou o primeiro-ministro, existe no Montijo um cartaz colado no tempo do Governo do PSD/CDS a dizer ‘Montijo já’, lamentando que o partido liderado por Rui Rio não se mostre disponível para ajudar a alterar uma lei que “permite que um só município inviabilize uma infraestrutura que é de alcance nacional”, garantindo que o Executivo que lidera vai continuar a manter o diálogo com as duas autarquias, Moita e Seixal, que se opõem ao avanço deste projeto, “por forma a perceber o ponto de vista daqueles dois municípios”.

Debate estratégico para o país arrasta-se há meio século

O também líder socialista lembrou que há cerca de uma década a solução então defendida pelo PS passava pela construção de um novo aeroporto internacional em Alcochete, sendo que em dez anos “muita coisa sucedeu e muitas decisões foram, entretanto, tomadas” que “comprometeram essa solução”, designadamente, como também referiu, com a privatização que “iria permitir financiar o aeroporto” e que hoje “já não permite porque agora só pode ser financiado nos termos da concessão”.

António Costa referiu-se ainda ao exponencial aumento do movimento no aeroporto Humberto Delgado nesta última década, que tem “crescido muito para lá do que se previa”, lamentando que o país ande há mais de 50 anos a discutir a nova localização do aeroporto internacional de Lisboa.

“Eu fico sempre muito impressionado quando tudo se discute e depois, quando chega finalmente ao momento de fazer, reabre-se outra vez a discussão. Isso não pode ser porque senão nunca mais teremos uma decisão, e sobretudo, nunca mais teremos uma solução”, sustentou, reiterando que em matéria de grandes obras públicas estratégicas o país tem de ser capaz de alcançar consensos políticos alargados.