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Não há evidência de falhas na cadeia de comando

Não há evidência de falhas na cadeia de comando

Até ao momento “não há qualquer evidência” de que tenha havido qualquer “falha grave no combate aos incêndios”, afirmou ontem o primeiro-ministro, numa entrevista que concedeu a um canal televisivo, garantindo manter toda a confiança quer na ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, quer em “toda a cadeia de comando”.

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Não há evidência de falhas na cadeia de comando

Não há até ao momento nenhuma evidência que tenha existido negligência ou incúria da parte da cadeia de comando no combate aos incêndios que este fim-de-semana assolaram o norte do distrito de Leiria, garantiu ontem António Costa, numa entrevista à TVI, adiantando que a tragédia que fez tantas mortes, sobretudo de pessoas que morreram na estrada nacional 236-1, encurraladas pelas chamas, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, deveu-se ao facto de o fogo ter atingido a estrada de forma “inusitadamente rápida e repentina”. Contudo, o primeiro-ministro garantiu que só no final, se houver responsabilidades apuradas, “teremos então que tirar consequências”.

Quanto ao facto de a GNR não ter optado por fechar atempadamente a estrada 236-1, onde ocorreram a grande maioria das mortes, permitindo que as pessoas seguissem por essa via, o primeiro-ministro garantiu não ter conhecimento que tivesse havido alguma instrução específica para o encerramento daquela via, lembrando contudo, que a ameaça que se abateu sobre aquele local “surgiu de forma repentina e inusitada”, opinião, aliás, coincidente, como referiu, com os testemunhos que recolheu no local, que apontavam todos para que tudo “tivesse acontecido em poucos minutos como se de um furação se tivesse tratado”.

O primeiro-ministro mostrou-se persuadido de que “algo de especial” e inusitado terá acontecido naquele local, “num curto espaço de tempo”, porque só assim, como sustentou, se justifica que num incêndio que consumiu cerca de 30 mil hectares, o “conjunto de cadáveres tenha sido encontrado em cinco quilómetros quadrados”.

Trata-se, portanto, de saber, como realçou o chefe do Governo, se houve ou não um “fenómeno climático e geofísico” que tenha contribuído de forma decisiva para este desfecho, lembrando que a trovoada seca, que é apontada como a “causa”, não será suficiente, em sua opinião, para “justificar tudo o que sucedeu”.

O primeiro-ministro não deixou ainda de salientar que, contrariamente ao que inicialmente se previa, o número de mortos não deverá aumentar mais, “pelo menos de forma significativa”, tendo explicado, a este propósito, que apesar de ter havido a certa altura o receio de poderem ser encontradas mais pessoas mortas em aldeias queimadas onde os bombeiros ainda não tinham conseguido entrar, o temor foi desfeito após “todas as aldeias terem sido já vistoriadas” e “nenhum cadáver ter sido encontrado”, garantido, por isso, que a haver novas mortes, elas só poderão agora “decorrer de feridos graves”.

Reforma florestal

Quanto ao necessário e há muito reclamado planeamento da floresta nacional, o primeiro-ministro, António Costa, depois de lembrar que não pode pedir à Assembleia da República que faça uma reforma florestal “em cima do joelho”, lembrou que uma iniciativa com esta amplitude e importância não pode nunca esquecer que se trata de um “trabalho para a próxima década”, nem omitir, por um lado, o necessário “consenso político alargado”.